segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Tempo de verão

E o verão, que nem chegou, já me traz a deliciosa sensação gostosa daquelas tardes em que a noite demorava a chegar, e daquelas noites em que, por mais de alguns momentos, quis parar o tempo.

Verão, estação de tudo que me faz sentir a vida pulsando nas veias, e o coração bater mais rápido.

Amores,

amigos,

sorrisos,

memórias.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sou

Eu sou feito de lembranças. Daquelas que vivi, daquelas que desejei ardentemente ter vivido. Das coisas que se passaram, e dessas que estão acontecendo no momento.
Sou feito de pequenos contos, histórias de amor, histórias que me roubam um sorriso, ou me fazem chorar.

Eu sou feito das lembranças do meu livro, da memória que mantém acesa a chama dentro do peito.

Sou passado, e sou o que ainda vem pela frente.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aceitação


Para algumas coisas, ou te aceitam por inteiro, ou não te aceitam. Não existe meio termo, não existe um tampar do sol com peneira.

Nosso caminho


Não devemos esperar que todos entendam o caminho que traçamos, as marcas em nossa pele, as nossas preferências adquiridas pela vida. Ninguém sabe pelo que passamos até chegar onde estamos, nem o real significado de nossas vitórias e derrotas, ou de quanto suor foi derramado em nossas buscas individuais. Ninguém jamais entenderá tudo que se passou melhor do que você mesmo. Orgulhe-se das cicatrizes, dos ferimentos, das lágrimas, pois só você sabe o quanto lutou para chegar até aqui.

Do seu caminho, só quem entende é você.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Coração de veraneio


Gravaram-se em mim como pedra, aqueles dias de verão sem fim, aquelas rimas cantadas ao vento, e a poesia envolta em nossos sorrisos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Inerte

E enquanto espero a vida passar, assisto pela janela aquelas que poderiam ter sido as minhas chances, os meus momentos, as emoções que decidi não tomarem conta de mim.

Enquanto espero passar um momento ruim, adormeço meus sentidos, deixando o tempo correr, fazendo nada daquilo que foi provido a mim. Sento e assisto enquanto o mundo se move, e eu, inerte, nada tenho a acrescentar.

Espero a força para levantar, e fazer a diferença que um dia fiz tanta questão de mostrar ao mundo. Espero o momento certo para meu sorriso, para minha energia, para minha vida correr em sincronia como o tempo que passa.

Aguardando ansiosamente por um sinal, que me mostre quando voltar a caminhar.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Passado faz-de-conta

Tem horas que nossa vida parece dividida em muitas. Olhando para trás, encontramos diversos "nós", diversos fragmentos de pessoas diferentes, de momentos que passaram, e que se observados com atenção, não fazem parte de quem somos hoje. Somos pessoas diferentes, em momentos diferentes, e a velha história de ser aquilo pelo que passamos parece não servir como explicação. O passado torna-se um sonho, faz-de-conta, pelo qual não lembramos de ter passado. Como é possível ter vivenciado algo, hoje, tão estranho para nós? A vida não passa de muitas vidas, reunidas em uma só jornada.

Olhar para trás e ver inúmeras pessoas em uma só face...

Lugar seu

Buscava ele um lugar para chamar de seu, um amor para chamar de sincero e a paz que necessitava o espírito, mal sabendo que aquela era sua sina, e aquele, seu coração cigano.

domingo, 9 de setembro de 2012

Desejo singelo

Que todo o carinho seja rima,
Que todo o amor seja canção,
e que tudo aquilo por hora passageiro,
torne-se eterno, nas mãos de quem faz bem.

Esse é meu desejo singelo,
de quem gosta das melodias mais bonitas,
dos tons mais coloridos,
e da vida bem vivida.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Sem exceções

"Ter noção da própria mortalidade. Ter noção da mortalidade dos outros. Assusta. Um dia todas aquelas pessoas nas fotos se vão. Quem vai ver aquelas memórias antigas, quem vai lembrar de quem eram aqueles sorrisos? Um dia até os que se recordam morrem. E as fotos? Ficam nas mãos de quem? Quem vai olhar para aqueles rostos paralisados no tempo, e com carinho, retornará aos bons tempos, onde a vida parecia eterna, onde a preocupação com o amanhã era constante, mas inocente, e a corrida contra o ciclo natural era apenas mero detalhe? Um dia, não existe amanhã. Simples assim, sem exceções à regra."

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sentimento sincero (Parte 2)

Eu valorizo o sentimento sincero.

A amizade de verdade, a família unida, o amor entre duas pessoas.

Aquilo que vem sem a essencialidade da transparência,
da inocência de simplesmente sentir,
não é de meu interesse.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sentimento sincero

Todo o sentimento sincero é válido. Fazendo sorrir no amor, chorar na saudade... O importante, é ser verdadeiro.

O lado bom dos ruins

Conhecer uma pessoa boa dentre tantas ruins, faz a gente entender porque vale a pena abrir os braços para as ruins. Se não dermos a oportunidade para as pessoas se aproximarem, nunca saberemos quem são aquelas que valem a pena. No máximo, erramos em confiar, mas as pessoas ruins também tem um lado muito bom: Elas nunca duram muito tempo em sua vida, se assim você desejar. Feche o coração para as más energias, e logo elas não são mais capazes de interferir em sua felicidade.

domingo, 29 de julho de 2012

Ilusório ser


A ideia de pensar no tempo me assusta.

O fato dele continuar passando, que independe das minhas atitudes. O fato dele continuar passando, que independe das minhas escolhas. O fato de ele continuar passando, que independe de mim.

Em um dado momento, o meu futuro já se foi. Eu já não sou mais aquele que eu achava que era, e as pessoas que me rodeiam também já não são mais as mesmas. Eu mudei, elas mudaram. Todos mudaram.

A mudança, aliada do tempo, é constante. Nos ganha e nos perde. Nos dá, nos tira. O engraçado da humanidade é que infelizmente percebemos muito mais aquilo que nos é tirado do que aquilo que nos é dado.

As pessoas que saem da nossa vida, os padrões que deixaram de ser como antes, as oportunidades passadas e as vitórias que deixamos de obter. Não obstante, também percebemos muito mais coisas negativas que nos são atribuídas do que aquelas que vem para o bem. Em meio a isso tudo, lá está
ele, o tempo.

Tiquetaqueando devagar, quase que imperceptivelmente, vai nos tirando do nosso conforto, da nossa
ilusão do ser eterno. Vai nos arrancando de nossa carne, impondo o peso da gravidade, das dores, das memórias arranhadas na superfície do nosso peito. Nos leva para longe de nós mesmos.

Tempo que perdemos,
tempo que deixamos de usufruir.

A ideia de pensar no tempo me assusta.

Logo, não penso.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Aqueles que fazem bem





E estou constatando o que já sabia. 


O que eu quero pra essa vida é estar o máximo que posso com as pessoas que me fazem bem, essas que eu amo, e sei que o sentimento é recíproco. Quero estar perto para abraçar, para rir, para me divertir, e também para ter minha base pros momentos difíceis. 


Estar longe é difícil, e a meta, é voltar para os braços daqueles que são só alegria, e mais importante, fazem parte de mim.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Pista de obstáculos


Ninguém consegue escapar daquilo que o destino reserva. Por mais que se corra, por mais que se esconda, passamos por aquilo que devemos passar.

O lado bom?

É que só assim nos tornamos fortes, só assim aprendemos que existe um lado bom até nas piores dificuldades, e, mais do que isso, aprendemos a erguer a cabeça em futuros obstáculos.

A vida é uma longa pista de osbtáculos, e os prêmios, são todas aquelas coisas boas que encontramos no caminho.

- - -

Ensinamentos de vó, com uma pitada do espírito do neto.

O importante é o básico


O importante é o básico.

É o carinho,

é o amor,

é a alegria de simplesmente se fazer feliz.

É a surpreendente harmonia de se estar junto, e por breves instantes, tudo tornar-se um só.

O significado de uma verdadeira amizade vai além das ligações de fim de semana, de uma troca de favores, de atitudes externas. A amizade de verdade não se força, não se cobra. Ela é um sentimento puro, de quem sabe, sem precisar gritar ao mundo, o que ocorre com o próximo. É um sentimento forte, que dura após as duras provas de fogo. E mais importante, é um sentimento resistente, que com o passar do tempo e da distância, só fortalece mais a certeza do laço.

Um dos amores mais puros, que só é percebido quando conquistado. E depois de descoberto uma vez, jamais será largado em canto qualquer.



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Meu dom extraordinário


O que mudou de antes pra hoje? Acho que meu jeito de ver a vida. Saber que, por mais que eu me sinta só, nunca estou sozinho. Não estou sozinho, porque tenho a felicidade de estar uma chamada de distância de pessoas que correriam ao meu socorro, e me amam incondicionalmente, sem medo de demonstrar o amor e o afeto, sabendo que eu faria o mesmo. Família tão unida que a palavra família às vezes não é o suficiente para denomina-la. Amigos também, esses, que por um presente de Deus, são quase tão irmãos quanto irmãos de sangue, e entre nós, o amor é sincero, sem os interesses materiais que perpetuam na vida de tanta gente, sem brigas que estragam uma coisa tão bonita quanto o amor implícito em um laço como tal.
Hoje, sorrindo, digo que nunca tive tanta certeza de que sou uma pessoa agraciada. Não pelo dinheiro, não por algum dom extraordinário, senão esse, de ter a oportunidade de conhecer pessoas tão boas em um mundo que às vezes não é tão bom assim.

Meu dom extraordinário é o dom de saber acordar cada dia, e sentir o calor de sentimentos verdadeiros, de laços profundos, em um mundo onde isso já não parece valer tanto. Mas claro, sabemos que não é verdade, pois não foi o valor que sumiu, apenas a percepção do mundo de como é importante ter os bons por perto.

E isso, fico feliz em dizer, tenho de sobra.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Se o santo não bate...


Pensando aqui, pensando lá, cheguei à conclusão que, para algumas coisas, não é necessária adaptação. Quero dizer, não deve-se adaptar, para não se tornar pior. 

Nunca fui alguém que interage e convive com pessoas que, em circunstâncias diversas, eu não teria o menor contato. Sempre fui tranquilo, e procurei manter somente as pessoas que gosto por perto. Aquelas que eu realmente gosto, e não que quero por perto por alguma situação social, , por ser amigo-do-amigo, ou para provar sei lá o que para não sei quem. Não, não é um tipo de "elitização de roda social", nunca foi isso. Simplesmente, ficaram as pessoas com afinidades, e carinho, e as que não se encaixavam no contexto, procuravam um outro lugar onde se encaixar. O meio no qual cresci foi assim. Quando uma pessoa se afastava, não era por culpa de uma conspiração de exclusão sigilosa, onde é necessária a má língua, o recalque, a frescalhagem toda que até então eu só tinha visto em novela. As pessoas simplesmente se afastavam, por não terem idéias que condizem, e dessa situação não surge constrangimento algum... Foi o tempo que resolveu.

Pensando nisso, percebi que, apesar de ter mudado completamente o meio em que vivo, e esse agora ser algo radicalmente diferente do que estou acostumado, não devo mudar meu jeito de ver as coisas. Se uma pessoa me faz bem, e essa companhia me agrada sinceramente, sem receios, sem passos em ovos, estarei perto daquela pessoa porque realmente gosto dela. Se não é o caso, não quero me sentir na obrigação de ficar perto de ninguém que me traga outra sensação senão a de bem estar. Já bastam todas as dores de cabeça da vida, não é necessário agregar coisas optativas a elas.

Tem gente que não agrega em nada dentro dos meus valores, e conhecer e conviver com essas pessoas pode não fazer diferença na minha vida. Isso é normal, alguém que não me acrescenta em nada pode acrescentar tudo na sua vida e vice-e-versa. Por isso temos nossas personalidades, nossas opiniões, nosso jeito de ver a vida. Para saber o que nos convém ou não.

Não é fechar-se para o mundo, mas é ter a certeza de que perto de mim, quero o meu Deus e minha crença, a família que me ama, os amigos que compartilham de minha sintonia, e as pessoas que sabem rir da vida. Mais que isso, é desnecessário, e de supérfluos, tenho certeza que todos já temos de sobra.

Amor (29/02/2012)


Uma pessoa muito importante, passando por um problema de distância entre ele e sua mulher, me disse que não há amor que dure em frente a isso. Posso estar errado, ou talvez esteja longe demais do chão, mas acho que temos sim que ser realistas... Para algumas coisas.

Realistas em relação ao dinheiro, que acaba. Em relação a saúde, que se não cuidada, pode debilitar. Em relação as maldades que existem no mundo, pois nem todas as pessoas agem de boa fé, e muitas delas sempre esperam algo em troca ao sorrir. Ser realistas para não sermos passados para trás, e não nos perdermos no andar do bonde da vida.

Agora, com o amor?

Acredito que, aqui, devemos ser eternos sonhadores. Devemos sempre acreditar, como muitas das crianças acreditam, que o amor supera todos os tipos de barreiras. As barreiras da distância, as barreiras sociais, da saúde, das tragédias e deveres... O amor é uma força poderosa, e no mundo real, é o único sentimento que move sonhos, que faz com que viver seja algo maior. Ser realistas sempre, mas guardar uma parte dos nossos sonhos para aquelas pessoas que guardamos no coração. Privar o coração do sentimento mais bonito e puro que um ser humano pode sentir, por culpa do massacrante peso da realidade, seria ser egoista consigo mesmo, e privar a si mesmo, de sua própria felicidade.

Amor é vida, e isso, ninguém, nem nada, pode mudar.

Quisera eu (03/01/2012)



Quisera eu saber qual destas terras é a minha.

Existem alguns momentos da vida em que não sabemos muito bem qual é o próximo passo a ser dado. Qual deverá ser a atitude a ser tomada. Perdemos nossa casa, nosso chão. De repente, todo o lugar é lugar, e nada parece lhe trazer o conforto daquilo que você deve chamar de lar.
Você se sente como o vento, mas sem toda a sua certeza. Venta para onde for, mas ao contrário de dele, é sua obrigação encontrar um lugar para parar, para chamar de casa.
Mas, e quando não nos sentimos aptos a dizer que estamos onde devemos estar? Ou que sabemos onde é nosso lugar? Quando nada parece fazer sentido, e todo o caminho que trilhamos parece levar para um destino do qual não queremos fazer parte?
Como ser como o vento, e deixar as coisas acontecerem? Abandonar aquilo ao que nos prendemos, e simplesmente viver, experimentando os sabores das mudanças... Deixar acontecer.
O que é simplesmente ser levado, e descobrir que, perdendo-se, é que se encontra o caminho?

Asas (11/12/2011)


Imagem

Não. Não está tudo bem.

A tempestade não cessa, o vento não vai parar de uivar. As (in) decisões,  (in) constantes, sim, não.
Quisera ele ser simples, ser preto no branco, sem escalas cinzentas, sem a indagação da mera existência. Ele não sabe, nunca saberá como é ser diferente.

O amor fala alto, mas as asas não deixam de bater, em um ímpeto desesperado de liberdade. Liberdade de quê? Quem prende? Quem cerca? Além dele mesmo... Da prisão criada pelo prisioneiro.

Hoje a calmaria chegou. Mas amanhã, quem sabe? O peito arfante, o ar escasso, é só o que sente, independe do sorriso no rosto, das palavras proferidas. Ele é casca.
. . .

Como fica mais fácil na terceira pessoa, nos tira a responsabilidade de culpa.

Aquela que eu deixei o tempo levar (19/11/2011)


Eu sinto sua falta de um jeito que nenhuma dor física pode explicar. Vivo com esse buraco no peito, fingindo que tudo está bem e que me sinto completo. Não é verdade.
Nós éramos como um só. Duas pessoas que coexistiam em uma mesma sintonia. Seu sorriso torto, seus olhos, cabelos... Talvez de fato não fosse o que eu achava que sentia, e sim o respeito que eu jamais sentiria por outra pessoa.

Você era... Você é o meu mais sincero amor. Você é a minha mais sincera poesia, minha letra de música. Você é aquela de quem eu lembro quando olho para o horizonte mais belo e penso em momentos bons. As melhores recordações são aquelas ao seu lado. Os melhores momentos são aqueles em que segurava sua mão, e ria de suas piadas bobas. A pessoa com o coração mais puro, e com certeza, mais bonito que conheci também.

O que aconteceu? Como eu deixei escapar de mim, como cometi tantos erros? Por onde você anda, como tem passado? Ainda sorri quando cai, quando sente dor? Pessoas comuns não sorriem quando sentem dor, mas você segurava na mão de Deus e dizia que era apenas mais uma provação. Você sorria, mesmo que o mundo estivesse desabando em seus ombros. O seu mundo, o meu mundo, e o mundo de todas as pessoas que precisavam de uma mão estendida.

Hoje faz muito tempo que não nos falamos, e provavelmente não é algo que você gostaria que acontecesse. Mas se estiver por aí, ouvindo o vento, sentindo o calor confortante de sua própria alma, quero que saiba que eu sinto muito por toda a dor que meu eu, uma bomba relógio de problemas, lhe causou. Queria dizer que você é aquela à quem eu daria minha vida, mesmo que não soubesse como fazê-lo. Queria que soubesse que seu sorriso vale mais do que qualquer coisa que o dinheiro possa comprar, e que por você desci do meu prédio de ego e arrogância, e me afastei para lhe dar passagem.

Onde quer que esteja, saiba que faz falta, e que a sensação de voar nunca mais foi a mesma, sem suas mãos para segurar ao fim de mais um voo.

Em partes (08/10/2011)


Eu sinto saudades que dói. Eu sinto que as decisões mais importantes foram tomadas sem pensar. Não imaginava o que eu poderia perder. Não devo reclamar, aprendi muito, e ganhei muito... Mas se eu soubesse que sou uma pessoa que não sabe lidar com saudades, não teria dividido meu coração em tantos lugares distantes.

Pessoas que deixei pra trás, e por medo de julgamento, deixei serem enterradas no passado. Coisas que eram de infinito valor, joguei fora, pra não doer. Tentando fugir de mim mesmo, nem percebia que tudo que eu fazia era disfarçar, e perder.

Coração dói.

Eu, você. (16/09/2011)


Eu já fiz teatro,

Já tentei escrever, e gostava de dança

Eu já estudei muito pra falar outra língua,

E hoje eu falo.

Eu já treinei muito pra ser artista de circo,

E consegui.

Fui professor, e viajei por aí apresentando.

Já brinquei de fazer jogos,

Ganhei uns prêmios, e até entrevista!

Fui reconhecido por isso...

Já servi ao exército.

Meu pelotão sempre perdia competições,

Mas era o mais legal.

Aprendi a dar tiro, e a viver em situações de risco.

Também vacinei e ajudei muitas crianças.

Tenho fotos, certificados e uma reservista.

Trabalhei de garçom,

Atendente,

Vendedor,

E minha educação sempre surpreendeu a todos.

Já viajei pra bem longe,

Conhecer gente que só conhecia por fotos,

E fiz grandes amigos.

Já mudei de cidade,

Arrisquei em um lugar novo,

Deixando para trás alguns,

E conhecendo muitos outros.

Tenho amigo roqueiro,

Atleta,

Cheio de tatuagens,

Músico e santo.

Tenho amigos que vão à igreja, outros no centro.

Outros não acreditam em Deus.

Já escrevi mil poesias, mil livros...

E não acabei nenhum.

Já namorei atriz,

Circense,

Quem tem mestrado,

E até quem nem fundamental terminou.

Já superei minhas próprias expectativas,

Já deixei a desejar.

Já pensei em fugir,

mas decidi ficar.

Já tive problemas de saúde,

Alguns se foram,

Outros não.

Já ri muito, chorei muito,

Já amei.

Fiz faculdade,

Larguei e fiz cursinho...

... E depois voltei pra faculdade.

Já sonhei alto, já caí e levantei.

Eu sou gente como todo mundo.

Sinto como todo mundo.

Penso como todo mundo.

Eu sou como todo mundo,

E assim quero ser tratado.

Tratado com respeito,

Pois tenho história,

Princípios,

Vontades,

Segredos e anseios...

... Sentimentos.

Sou normal, somos normais,

Únicos em pequenos aspectos.

Por que então esquecer que como eu,

Todos tem algo por baixo de seu estereotipo.

Seja por cor,

Sexo,

Raça,

Orientação,

Cultura.

Somos assim.

Fiz tudo isso,

Esse sou eu...

Mas podia ser você.

Panos brancos (03/06/2011)


Manchas.
De suor,
de vinho,
de sangue.
Lágrimas que caem em diversas cores,
Tons que contam a sua história.

Manchas.
Nunca se apagam,
nunca se desfazem,
aquelas dores que retraem.
O que pulsa nem sempre é visto por aqueles que gritam,
que lhe avisam do perigo da diferença.

Manchas.
Aquelas deixadas,
e esquecidas no tempo.
Acovardado é aquele que teme o futuro já manchado pelo que passou,
sem mover-se, inerte em suas próprias mãos.

Manchas.
disfarçadas e acumuladas,
carregadas nos ombros.
Fardos de uma vida de erros,
de uma companhia solitária,
e de um futuro sombrio.

Pulso (03/06/2011)


Primeiro, achou que ia morrer.
A eternidade que passava logo lhe mostrava que aquilo não era a morte, pois nas suas veias ainda corria o sangue vermelho.
Depois, estava difícil respirar.
Cada inspiração era uma dor, um corte profundo em seus sentimentos. Resistir a forte tomada de memórias e destroços era demais para um homem só.
O tempo passa, e a mente torna-se distante.
Os sentimentos que se esvaem, a razão que luta pelo controle. Tudo aquilo que passou é relembrado e devorado pela constante sensação de querer se apegar a algo que já não está mais ali.
Quando menos percebe, um leve sorriso.
Sentia que algo faltava, e sabia que não teria nada que cobrisse aquele poço escuro. Mas ainda havia luz, um calor distante.
Uma mão se fecha, outra se estende.
Impossível comparar um amigo a um amor. Amores passam, mudam, se guardam. As amizades exploram o ápice de um ser.
E então, no fim, percebeu que ainda havia um reflexo, e este lhe sorria...
Era hora de deixar para trás o que passou,
Ele está vivo, ele é vida, e isso, ninguém a de lhe tomar.

Deserto pulsante - Memórias de um viajante perdido (25/05/2011)


Cansado, ele percebe que nem sempre as suas decisões são tomadas pela razão. O sentimento confuso o consome, sem lhe dar respostas de um futuro promissor. Ele não quer parar de caminhar. Observa o deserto à sua frente, a areia dourada e os ventos só provam mais uma vez que sua jornada é longa, seu caminho indecifrável, e a civilização, antes tão consciente em si mesmo, não mais tão próxima.
- Talvez eu morra de sede,se tiver sorte. – Pensava, enquanto os pés descalços queimavam. Era uma jornada solitária, mas ele não desistiria sem tentar. Sabia que era difícil, e que jamais obteria as respostas que queria. Ele fugiu. Ele se machucou. E a única maneira de acabar com a dor era caminhar.
Lembrou de como tudo aquilo havia começado. Ele poderia simplesmente ter deixado o sentimento de lado, desistir daquela jornada solitária e aceitar o apego de outros. Mas ele não queria. Tudo que desejava eram os carinhos daquelas mãos, o toque daquele corpo... Dividir sua alma com quem um dia a prometera. Ele estava entregue no infinito, onde a razão já não mais o alcançava, e sua consciência gritava para seguir outro rumo, que aquela caminhada poderia não levar a quem ele queria... Ao seu único propósito.
Mas pensar em nunca mais sentir seu coração pulsando, suas emoções clamando por um mesmo nome era pior do que atravessar aquele deserto que torturava seu corpo e sua mente. Ele não funcionava como um todo... Apenas metade de algo que um dia esperava estar completo.
E, sem olhar para os lados, voltou a sua caminhada, com a esperança de encontrar, e dessa vez, estar onde devia estar.

Falta (20/05/2011)


Falta força. Energia da atração, do interesse. Falta vontade, da distância, do tempo. Falta o sentimento de liberdade, das pessoas.
Num misto de inquietação, de emoções vagas, de falta de cores, ele abre os olhos esperando mais um dia que não lhe aguarda. O mundo está girando sem a sua presença. Falta agonia, por não fazer parte daquele ciclo, por ser deslocado e saber que não há um encaixe perfeito.
Falta o coração. Falta a respiração descompassada, os batimentos acelerados. Faltam os pensamentos inconstantes. Tudo que ele tem é ele mesmo.
Não poderia dizer que seria diferente. Seus tons de cinza voltaram, suas barreiras erguidas, maiores e mais potentes, demonstram aquilo que mais lhe assusta. Seria alguém capaz de novamente quebrar suas defesas e infiltrar-se em seu mundo sem cor?
Tudo que resta é a noite, a magia do céu escuro. Dessa vez aquelas estrelas não brilham para alguém, e seu sorriso, um presente sem dono.

Vírgulas (15/05/2011)


O dever, às vezes, deve ser prioridade. Seu coração decide algo, mas a razão, aquela que sempre procura o caminho mais sensato, diz que não é hora de viver do seu amor. Duas pessoas que se amam podem ter seus caminhos separados por algumas pedras na vida, e o com o passar do tempo, ganham um presente. O reencontro, a chance de mais uma vez tentar dar certo. Se a vida fosse como nos livros, provavelmente acabaria quando os heróis tem seus finais felizes, e com certeza tudo seria muito mais fácil. Mas infelizmente não é assim, e durante os capítulos dessas escritas, existem diversos finais felizes e tristes. A primeira vez, a segunda vez, e todas as outras que vêm após... Nem sempre existe um ponto final, e sim as diversas vírgulas que separam um momento de felicidade, de satisfação, do mais verdadeiro amor que um pode sentir pelo outro. As vírgulas são o tempo, as experiências solitárias, os caminhos obscuros, e o crescimento, mas aquilo que realmente importa está entre elas, e é o que dá sentido a todo um romance. Os heróis se encontram, vivem sua história, e chega um momento que, entre tantos desencontros, forma-se um laço eterno. O amor é inexplicável, e é ele que torna a vida o que é. Personagens fortes, com garra, que correm atrás dos seus objetivos, esperando que um dia tenham cumprido tudo que deveriam fazer sozinhos, e então, sem mais preocupações, poderão dar-se as mãos, e simplesmente escrever um capítulo final, como tantos outros.
Livro da vida, livro do amor.

De um coração perdido, para outro. (14/05/2011)

Hoje eu não venho tentar ser poeta, só lembrei que a internet tá aí pra falarmos o que quisermos e sermos ouvidos.
Acordei e percebi que as coisas mudaram, que de certa forma perdi uma parte importante de mim. Tentei recordar exatamente das palavras ditas e dos sentimentos não ditos, das coisas que eu poderia ter lembrado, e das coisas que eu poderia simplesmente não ter usado como argumento. Tudo que eu conseguia ver é o quanto eu me despi diante de alguém, e que infelizmente não deu certo.
As pessoas não funcionam como pequenas máquinas, programadas para viverem suas vidas com ações determinadas no futuro. “Te amo eternamente, e ficaremos juntos no fim de tudo” não é exatamente uma frase confiável quando dita por uma pessoa, um ser de carne e osso. As coisas são mais complicadas que isso, e seria inocência, ou talvez, ilusão demais acreditar que de fato ocorreria assim. Somos só homens, afinal. A vida está constantemente correndo ao lado de nós, e hora ou outra acaba tirando parcelas de nossas coisas mais importantes. Hoje ela me tirou você.
As lágrimas caíram, aos montes, e agora a sensação solitária de não saber exatamente quem sou, ou quem quero ser é a única entre todas as outras que tem força para manter-se em pé. Uma bandeira branca que balança em uma terra sem vento. Entendi que havia obtido sucesso na impossível missão de me tirar do centro de meu próprio mundo. Infelizmente, ao fazer isso, cedi meu lugar à outra pessoa, quando ela não queria estar ali. Não vou dizer que eu não acredito em todas as minhas palavras, e de que, de fato, eu consigo acreditar que lá para frente, quem sabe, seriamos feitos um para o outro, mas não consigo parar de pensar até quando eu ainda serei aquele que você ama, aquele homem que você um dia sentiu ter a sorte de ter. Eu tenho medo do futuro, e mais uma vez vou enfrentar ele sozinho.
Lhe desejo toda a sorte do mundo, e que as coisas dêem certo, pois eu me odiaria ainda mais se soubesse que tudo isso foi em vão. Quero lembrar que o amor que sinto é imenso, e que pelo menos por hora é algo impossível de se esquecer. Mas quero lembrar que mais uma vez fui machucado, e que vai ser difícil resgatar algo que sobrou. Talvez seja a hora de se reconstruir. Aprendi muito, e agora tenho que fazer força para deixar esse sentimento sufocante de desolação pra trás, e então voltar a aprender o que ainda me falta.
Após tudo, tenho a certeza de que te amo, e que mais uma vez não foi a hora certa para as pessoas certas. Se essa hora um dia chegar me avise, espero estar pronto o suficiente para lidar com o peso de sentimentos tão verdadeiros quanto todos aqueles que um dia senti, e que, apenas hoje, estão me fazendo sofrer.
Amo-te, e guardarei todas aquelas lembranças em um momento presente, tentando lembrar do quanto eu tenho que ser forte para enfrentar o que está por vir.

Em pedaços pelo chão (01/05/2011)


Não amar é sofrer menos. Tenho que admitir que, fora do amor, as coisas parecem mais claras, as cores são certas e sabemos distinguir o que devemos e o que não devemos fazer para manter a compostura. É um sentimento acompanhado pela dor, pelo ciúme, pela mais pura irracionalidade do ser. O amor transforma, “animale-ce” o homem mais centrado, a mulher mais equilibrada, e todos aqueles que acreditam compreender o mundo e as especificações de uma sociedade.
Mas triste é aquele que nunca experimentou o amor, que nunca viu as cores claras de maneira tão intensa quanto um ser apaixonado. O amor, em seu ápice, torna-se a base de tudo. Os planos são feitos, os defeitos apagados com uma borracha. A princípio, temos almas gêmeas que jamais quebrarão seus laços, e então vemos duas pessoas tornarem-se mais fortes do que jamais imaginavam ser. Até abrirem de fato o seu coração.
Às vezes, quando mostramos tudo de nós para alguém, decepcionamos. Mostramos que não somos o suficiente, que não supriremos alguma deficiência ou carência de nosso companheiro, de nosso par perfeito. Com o tempo, o amor torna-se frustração, e dói de uma maneira inacreditavelmente torturante. A sensação de alguém que vê seu amor em declínio, em constante desabamento é a mesma de quem tem um corte profundo, incurável, que vai sangrar até definhar a vida de seu corpo. Você não vai morrer de maneira rápida, e sim aos poucos... Uma morte lenta, dolorosa, que lhe dá a impressão de nunca acabar. Você quer gritar, quer debater-se, de maneira que a criatura causadora de toda aquela dor perceba que a decepção em seus olhos é o pior golpe sem misericórdia.
O olhar de alguém desapontado é uma das piores visões do mundo. Você sabe que não era o que aquela pessoa queria, e então percebe que lentamente, você vira uma das páginas de caderno viradas da pessoa amada. Você não é o suficiente, e seu jeito de ser não contenta. Você não serve, e se não mudar a essência de sua alma, vai ter que abrir mão daquilo que te mantém em pé, daquele que te faz feliz. Aqui, você percebe que não vai sobreviver a um golpe tão grande, mas tem que se preparar, porque, quando o outro mostra, através de suas ações, que você é só mais uma roupa que não cabe mais, não existem muitas oportunidades de reparo.
No fim, estamos quebrados, querendo gritar, querendo quebrar as paredes. Mas nos contentamos apenas em ficar em silêncio, tentar levar a vida pra frente, e acreditar que, aconteça o que acontecer, nós vamos sobreviver. E de fato vamos, mas no momento, apenas parece que uma parte de você morreu, como um parente importante. Agora é a hora de deixar a sua alma gêmea do momento partir, e a ver viver. Esperamos que ela sinta o que sentimos, e perceba que foram feitos um para o outro. Mas acreditar nisso é iludir-se, e esperar demais.
. . .
Não era pra soar bonito, ser poético, ou fazer bem. Queria só jogar as palavras em algum lugar, e aqui estão elas, no meu cantinho de palavras perdidas.

Medo (18/04/2011)


Admito que morro de medo. Tenho medo dessas mudanças que parecem nos esperar em todas as esquinas, em todas as lacunas da vida. Nós somos naturalmente adeptos daquilo que já conhecemos. Gostamos de onde vivemos por tanto tempo, dos amigos que vemos todos os finais de semana, dos lugares aonde vamos quando estamos felizes, ou tristes. Gostamos de ter para quem ligar no final do dia, de ter um prato quente quando chegamos em casa na hora do jantar. Ter a família por perto é uma dádiva, morar sob mesmo teto, por mais caótico que às vezes pareça, ainda é o sonho de qualquer adulto que sabe o que é sair das asas da segurança de uma mãe. O homem tem medo, da distância, da perda de laços.
Eu, como homem, tenho o medo em mim. Esse medo que só se mostra presente quando as infinidades de oportunidades se aproximam, e então percebe-se como as coisas tornam-se palpáveis. As mudanças são bem-vindas, mas podem trazer conseqüências que matam o coração, a essência de uma vida. Estar longe de sua zona de segurança significa experimentar o novo, e tudo que é novo, é mistério, é um jogo de azar. Não que os jogos de azar incomodem, o que incomoda mesmo é saber que as coisas não vão manter-se intactas, esperando nosso retorno. As pessoas, com o tempo, mudam, e da mesma maneira que elas se transformam, relacionamentos também perdem suas cores. É capaz de o homem manter seu sentimento através do tempo? Perdurar por entre as distâncias, os desencontros da vida? Uma coisa que dói é imaginar que, no momento que a distância física torna-se relevante, uma possível distância sentimental abra suas brechas por entre a certeza de um e outro. O que dá medo não é arriscar, mas sim, perder aquilo que parecia tão certo até então.

Apaixonismo (29/03/2011)


Só entendemos a complexidade de um sentimento quando já passamos por aquela sensação de vertigem, pelo poder que um tem sobre nós. Amor, só quem já o sentiu uma vez, sabe o que significa.


Quando estamos no lado de fora de sua prisão adocicada, consideramos tudo aquilo que vemos em um casal apaixonado bobo. Não entendemos o porquê das conversas melosas, dos favores exagerados. Aquele desespero de um bobo abduzido pelo temor de perder seu querido quando este não está ao seu lado. Como observador, percebemos a decadência de uma pessoa antes forte, agora tão fragilizada por sua dependência emocional. Esse é o amor visto pelos olhos de terceiros. Uma brincadeira ridicularizada, que não tem espaço no mundo real, e na vida de gente grande.


Uma hora todos caem em sua graça, sentimento de tons vermelhos. Respiração acelerada, olhares cruzados, as borboletas no estômago brincam enquanto a face não esboça suas verdadeiras intenções. Não dá pra acreditar em amor à primeira vista, mas o amor incondicional, o amor gradativo, este existe, e é o mais perigoso. Perigoso por que, quando percebemos o que está acontecendo, pode ser tarde demais para voltar atrás. Aquele alguém antes forte, resistente as situações mais adversas, percebe que foi pego em sua própria armadilha. Torna-se vulnerável, frágil diante de um mundo antes pacífico aos seus olhos. A independência deixa seu posto, e aos poucos, é esquecida nas pegadas já apagadas na terra macia.


Um campo de guerra. Um elo tão fraco e tão forte. A falta de uma ligação, de um olá, de um “eu te amo”, na cabeça do ser adoentado pelo “apaixonismo”, significa que nada anda bem, que o fim está próximo. O amor desperta o pior de tudo que guardamos em nós. Logo, se não moderado, torna-se raiva, ciúmes, inveja, insegurança. Passamos a não ver o sentido em uma vida sem o amor. Tornamo-nos viciados na paixão, na segurança do colo, no olhar ardente que aquieta nossos corações. Vivemos uma constante competição para provar a nós mesmos e a nossa outra metade que somos capazes de seguir em frente, que distância e complicações não existem, mesmo quando essas estão mais presentes do que nunca. Na vida dos conhecedores do amor, vale tudo para não perder a batalha.


Só entendemos a complexidade de um sentimento quando já passamos por aquela sensação de vertigem, pelo poder que um tem sobre nós. Amor, só quem já o sentiu uma vez, sabe o que significa.

Casca (25/03/2011)

A verdade é que ninguém tem o direito de posse sobre outro alguém. Quando percebemos isso a dor pode se tornar grande, ainda mais quando nos sentimos seguros em relação aos laços que temos. Um grande amor, uma paixão de verão, de iguais intensidades, com tantas diferentes responsabilidades. Sempre feitos um para o outro, até que o primeiro sinal de desenlace surja na pele imatura do sentimento puro. É só uma questão de tempo para que um sinal se intensifique, e então percebemos que as marcas deixadas nos mostram que criamos grande cicatrizes.

O que dói mais no momento em que percebemos que o outro alguém está tentado à liberdade? Talvez a percepção de que este, em breve, pode não mais residir em seus domínios, em seus encantos. Aquele corpo, aquela alma, que poderá ser experimentada por tantos outros, que poderá proporcionar o conforto que era só seu até então... É uma dor incessante, e dela retiramos as penas negras que caem com o tique-taque do relógio. Das lascivas mutilações, aquela que perdura no ápice do sofrimento é ninguém menos do que a indiferença. A indiferença da sua existência, a falta das palavras compreensivas, do toque suave que lhe fazia esquecer que o mundo lá fora batia à sua porta.

Talvez seu único pecado fosse não saber amar. A inexperiência da vida pode proporcionar diversas surpresas, nem sempre tão boas, nem sempre tão úteis. Os amores perduram quando a simpatia vai além da casca, quando está intrínseca ao ser, sendo ele a simpatia e a simpatia ele. Uma casca vazia não é nada além de uma distração que logo se prova desnecessária. Uma bagagem enfadonha que prende o ser pelos pés, e o impede de seguir em frente.

Demonstrar? Uma palavra tão simples que trás grandes implicações. O que é demonstrar, o que é surpreender. Provas de amor, loucamente irracionais, que, como uma flecha de ponta dourada, perfura o coração dos menos frígidos. A falta de uma palavra doce, de um canto de querubim, faz dos anjos mais belos, meros mortais.

Em palavras, o amor em um relacionamento nada mais é do que isso. Um emaranhado confuso que não se faz entender. Mas de todas as suas características, essa que se torna mais importante, é aquela que poucos percebem, e buscam viver.

Introdução



Boa noite. (manhã, tarde... Depende muito do momento em que você abriu o blog para ler)

 Alguns provavelmente já conhecem o Resquícios, que está com pouco mais de 3 anos de funcionamento, e, contando todos os seus posts, não tem conteúdo suficiente para preencher um saco de conteúdos. (Existem sacos de conteúdos, não sabia? Só Googlar que você vai ver).
 Para quem não conhece, o Resquícios de uma mente em branco é um blog onde eu, seu humilde blogueiro, jogo todos os tipos de coisas que quero escrever. Quase como se fosse uma estante para tudo que passa pela minha cabeça, e precisa ser armazenado em algum lugar. Sou da nova geração, e não confio muito em cadernos, então o jeito é apelar para nossa incrível rede sobrenatural (pra mim isso aqui ainda é magia) que é a internet.
 Acontece que o Wordpress (outrora onde era hospedado o blog) está se tornando cada vez mais chato de editar, e pensando em dar uma repaginada, estou trazendo tudo do blog antigo para esse novo. Se não passei alguma coisa para cá, é porque tenho vergonha do que escrevi e quero que o texto caia no esquecimento. (Tá, nem tanto assim... )
 Enfim, espero que gostem do novo endereço, e para os que me acompanham nessa trajetória, continuem visitando nosso blogzinho esquecido no tempo. Prometo dar mais as caras. (Promessa de dedinho e de escoteiro, só para garantir. )

Grande abraço para vocês,

E até mais.

PS: O link do antigo blog, para fins de pesquisa (ou só de curiosidade mesmo) http://omisterioesb.wordpress.com/