terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Um lar seguro para aquele que voa


E eu me pergunto se vim para o mundo para encontrar meu lugar. Para encontrar meu alguém, meu onde, e se de fato meu coração sentirá quando for a hora.

Me pergunto se não sou de tudo, de todos. Se meu sangue de fato não vem de suas raízes ciganas, nômades, de quem recebe a sina de deixar um pouco de si por onde voa, mas sem criar amarras.

Me pergunto se vim encontrar meu lugar no mundo, ou o mundo veio me encontrar...

E se assim for, porque dói tanto despedaçar-me em tantas realidades, tantas pessoas, tanto amor e sentimento de perda...

Se um dia consigo aceitar que a felicidade é meta, que o tempo corre, e que só o que não posso fazer é negar o amor, negar a família, e aceitar a comodidade indesejada. Dizer sim para o que prende, se assim eu não o quiser.

E quando o quiser, saber como parar de voar, e pousar nos braços seguros de, quem sabe, o meu novo lar.

Palavras na memória


Que o fim doa menos.

Que o futuro seja mais.

Que o dia que se ergue diante de nós seja sempre mais um dia para recomeçar,

e deixar nossas marcas no chão,

nossos retratos na parede,

e nossas palavras na memória.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Livro na estante


E se nessa história os capítulos se repetirem mais uma vez, tenho dentro de mim a certeza de que fecho o livro e parto para o próximo, sem lembrar de seu lugar na estante, de seu lugar no amontoado de poeira que o consumirá na eternidade.

Pois tem história que a gente lê mais de uma vez, mas tem história que é melhor deixar para lá.

Minhas músicas


Que um dia a maturidade acompanhe as explosões de minha alma e transforme toda possível dor em experiência a ser observada, sentida e apreciada com o coração aberto.

Que aprenda a calmaria de saber esperar pela hora certa, pelo futuro ainda nublado, pelos finais felizes, mas sem contar os instantes que o antecedem.

Que eu tenha tudo aquilo que eu quero ter em mim, e que todas as lutas venham com uma bela e intensa história a ser contada.

E enquanto não acontecer,

volto sempre a tocar aquelas velhas músicas dentro da minha mente, 
que confortam e acalentam aquilo que sou,

que apaziguam meu ser,

e me lembram da plenitude de ser um só.


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Quando o mundo está no lugar certo


Quando temos a impressão de que, por breves instantes, percebemos que todo o momento vivido é único. Quando temos a impressão de que os olhos se abrem, e percebemos o quão especial e precioso é o nosso tempo, e o que fazemos com ele.

Quando percebemos, o mundo finalmente parece estar no seu lugar.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Coração selvagem


Se antes coração selvagem que ousava jogar os braços para o alto e desafiar o senhor tempo, hoje já não faço mais meus planos a longo prazo. Recuso deixar a frustração ser uma constante experiência de quem só quer ser feliz, e simplesmente o sou. Sem saber de amanhã, sem saber o que é o arrependimento por ser vivo sem deixar minha jaula de expectativas preencher o desconhecido futuro que me aguarda.

Se antes coração selvagem por desafiar o futuro, hoje coração selvagem por abraçar o presente.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

De um andarilho na estrada


O segredo para prender um coração nômade, andarilho nas experiências da vida, é aprender a compreender e respeitar que ele precisa ser livre. Voar, conhecer, descobrir, sentir as inúmeras emoções no peito para ter a certeza que a vida fluiu pelas suas veias. O segredo é deixa-lo ser livre, para se prender como quiser.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

No passado



Veja bem,

interessante pensar no passado como uma história que contamos a nós mesmos todos os dias enquanto mudamos. Nessa mudança, essa história que todo o dia passamos por nossa mente também muda com nossas experiências. A narrativa se transforma, e aos poucos, aquele fato que guardamos tanto dentro de nós toma outras formas, outros significados. Os raios de sol ganham mais vida, os momentos tristes tornam-se tênues... A verdade é que o passado é essa história que contamos em nosso livro, e aos poucos tiramos dos parágrafos tudo aquilo que não nos fazia bem, enaltecendo e embelezando algo que lembramos como muito mais do que realmente foi. Talvez seja por isso que é tão fácil se apegar ao que se passou, tão mais interessante manter suas convicções de ontem e não aceitar que o presente é onde estamos.

O passado torna-se apenas um reflexo do que desejamos ter vivido, um conto muito maior do que aquilo que realmente tenha sido nossa experiência. Ele torna-se a realidade perfeita nunca alcançada, a história muito mais interessante que nossa vida. Por isso, no passado, é tão mais fácil ser feliz.

Tem gente que diz que o passado não pode ser mudado. Já eu, digo que ele muda sim, todos os dias, até que se torna aquilo que queremos acreditar ter vivido.

O passado é só mais uma história montada com as melhores partes de um todo.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Para quem quer descer


Pára o trem para quem quer descer. O coração deixo no vagão já vago de outrora tamanha presença, de outrora um amanhã de quem sabe, sabe.

Verdades se desmontam, princípios mudam, e a ferida deixa de ser dolorida para se tornar singelo cisco em quem preocupa-se mais com os rojões e a pólvora nos trilhos do trem.

Pára o trem, para quem sabe, ir a pé.



sábado, 15 de fevereiro de 2014

O mundo é dos fortes


Quando nosso medo de ficar sozinho é maior que qualquer amor que poderemos vir a sentir no caminho que está à nossa frente, tendemos a sempre cometer os mesmos erros, despejar as mesmas lágrimas, e reclamar dos mesmos defeitos. O mundo é dos fortes, dos que sabem dizer não para aquilo que não faz feliz sem ter medo do futuro. Quando não nos deixamos livres do cômodo, não temos a oportunidade de deixar entrar a verdadeira felicidade.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O som do meu oceano


Queria a chave que abre meu peito, que solta dele todos os pesos dos quais a razão desconheço. Queria a resposta para os meus próprios versos, para essas minhas próprias rimas, entoadas na minha mente, no meu coração.

Quero saber de onde vem a música que move meu corpo, a voz que me direciona para onde não vejo horizontes.  Quero saber onde fica meu porto seguro, onde me sinto a salvo, onde a maré não me fere.

Quero o que me encanta, quero a magia de minhas noites tranquilas onde meu melhor companheiro é quem tenho dentro de mim. Quero saber como meu mundo roda, como eu tiro os pés do chão. Quero o encontro do meu próprio reflexo decidindo o que o faz sorrir.

Eu quero calmaria, calmaria em mim, quero conseguir permitir que a água molhe meus pés, encharque aquilo que tanto protejo das ondas e da chuva. Quero parar de indagar tanto, e deixar que as respostas venham para as perguntas que nunca fiz, que nunca tornaram revolto meu oceano particular.

Quero aceitar o que a maré trás, e deixar que seja meu farol a estrela mais brilhante a refletir no mar.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Como o pássaro lá fora


Bom seria se, como o pássaro lá fora, eu fosse livre dos pés que me seguram no chão.

Bom seria se, como ele, minhas asas sempre me levassem para onde eu quisesse.

Bom seria se esse onde fosse lugar nenhum, lugar algum, e todos os lugares.

Bom seria se, assim, fosse livre das amarras e pertencente ao vento que sempre chama por meu nome.

Bater as asas.

Seguir o vento.

E ser um só.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Um brinde para a explosão de ser eu


Um brinde a capacidade que meu coração tem de amar loucamente a vida, as pessoas, as histórias, as entrelinhas do dia a dia. Um brinde a capacidade de minha vida de ter essa falta de roteiro tão grandiosa, bonita e explosiva quanto a de qualquer dos melhores filmes cult e dos romances pastelões. Um brinde ao sofrimento leviano, ao sorriso após a tormenta, ao reerguer, aos reencontros, aos sentimentos que mudam e também a aqueles imutáveis.

Um brinde a minha vida tão bela e intensa quanto tudo que se passa em mim e que eu poderia querer.

Meu presente


Meu presente é alegria.

Meu presente é café da manhã com suco, biscoitos e sol vindo da janela. É um doce surpresa no fim do expediente, é uma mensagem animadora durante o trabalho árduo, é estar longe, é estar perto até quando é perto demais, e o bico é grande.

Meu presente é aquele calorzinho no peito que se faz confuso só por mim mesmo, mas que se desenlaça quando escolho ser feliz. É a chegada do sábado e do pijama até segunda, da pipoca e do refrigerante que nessa semana eu paro de tomar. São as discussões que eu começo e que nunca termino por falta do revidar. É o videogame e a briga pelo controle, que vai acabar na minha mão.

Meu presente é desembaraçar meu peito, amar todos que amo sem negar, sem fugir. É aceitar todo um passado, todas as escolhas, e todas as pessoas especiais que nele estão, e que ainda estão aqui, não negando a elas o meu muito de mim mas sem nunca esquecer que o presente é alegria calorosa dentro do peito.

"Desdando" meus nós, percebo que a alegria do meu presente, não faço sozinho, mas que parte de mim deixa-la colorida, e não tornar confuso todo o sorriso que tenho a dar.

Meu presente é alegria, e alegria sempre será.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Fui só eu


Eu me pergunto o que aconteceu com a gente, que caminhos que nos trouxeram até aqui? Que caminhos que nos levaram para essa mutilação constante de sentimentos que gritam de feridas inexistentes?

Me pergunto o que aconteceu com aquelas duas pessoas que sempre se amaram e fizeram juras de nunca soltar as mãos, juras de nunca deixar de estar ali, de amar, de ser e sempre ser um abraço a acolher e uma mão estendida, independente do que seriamos. Fui só eu?

O que aconteceu com você? O que te fez acreditar que hoje nada mais sou do que um alguém no caminho entre você e a sua própria luz? O que aconteceu com você que fez teu espírito acreditar que eu não estou aqui para o amor incondicional? Em que momento da vida passei a ser seu maior obstáculo, seu maior machucado?

O que aconteceu que você se tornou apenas casca? O que aconteceu com você que te fez se tornar apenas o que é feito para os outros verem, e um buraco negro dentro do peito? O que aconteceu com você que te fez se tornar esse sentimento egoísta de dor pungente e de desespero constante?

Acredite em mim quando digo que o mundo dói, e que está aí para nos derrubar infinitas vezes diante dos desafios. Acredite em mim quando digo que mil querem te ver no chão, comendo da sua própria comida estragada. Acredite em mim quando digo que as pessoas podem ser extremamente cruéis, e que se culparmos sempre o mundo pelos nossos problemas, eles nos consomem vivos.

Mas acredite em mim também quando digo que eu jamais seria aquele que te puxaria para baixo, que eu jamais seria aquele que lhe soltaria a mão e te deixaria cair. Acredite em mim quando digo que era para ser eu aqui de pé, sua muralha diante dos momentos dolorosos e dos gritos de ódio.

Você escolheu formar sua própria imagem da verdade, culpar o mundo e colocar aqueles que mais ama na linha de frente do exército inimigo. Você escolheu soltar as mãos e culpar a todos menos ao teu ego e tua incapacidade de olhar para dentro de ti mesmo. Você escolheu virar as costas e não acreditar que isso só acontece por sua escolha.

Você escolheu,

e acredite em mim quando digo que uma hora as pessoas que mais nos amam aprendem a respeitar nossas decisões, e virar as costas se é assim que desejamos.

Então volto a me perguntar o que aconteceu com aquelas duas pessoas que sempre se amaram e fizeram juras de nunca soltar as mãos, juras de nunca deixar de estar ali, de amar, de ser e sempre ser um abraço a acolher e uma mão estendida, independente do que seriamos. Fui só eu...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Sendo eu


Fazendo as pazes comigo mesmo, vou percebendo que a vida sempre nos levará a caminhos que nem sempre podemos controlar. Tiro a culpa dos outros de minhas costas, tiro a responsabilidade de só trazer os sorrisos de fora e guardar os meus trancados dentro de mim, e sigo em frente sempre aceitando os meus próprios erros e acertos como aprendizados.

Sendo eu, tenho direito a errar, tenho direito ao egoísmo de pensar um pouco em mim e apenas em minha felicidade. Sendo eu, tenho o direito de abrir os braços para o mundo, fazer meus planos, e vê-los mudarem para melhor e para o inimaginável com o passar do tempo. 

Sendo eu, tenho direito a fazer as pazes comigo mesmo, e ser sempre feliz com tudo que guardo em mim.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Um dia sem sol



Nada é mais instigante e libertador do que perceber que um dia sem sol é um dia perdido.

Aqui, que se faça luz.