segunda-feira, 31 de março de 2014

Picadeer de L'espoir - Capítulo I


            “Eu ainda lembro da noite em que o conheci. Ainda lembro da noite em que tudo mudou, em que o coração bateu mais forte, em que a poesia criou seus sentidos e o mel seu sabor. Eu ainda lembro quando encarei os seus olhos pela primeira vez, mesmo que tenha sido só eu...
            ... Eu ainda lembro-me de como tudo começou. “

. . .

Picadeer de L'espoir é um breve conto que resolvi escrever em um momento de inspiração. Apesar de estar em fase avançada ainda não está pronto, mas apesar disso, sinto a vontade de partilha-lo com quem se interessar. O conteúdo pode não ser recomendado para todos os públicos. É uma história que, acredito eu, se aproxime do gênero romance, e depois de muitos anos é uma tentativa particular de dar vida a personagens que surgiram em pensamentos soltos. Por ser um conto extenso o dividirei em capítulos e os publicarei neste blog. Aqui no resquícios, postarei somente o aviso de atualização para os interessados.

Espero que seja uma leitura agradável.

Até mais.

PS: Clique aqui para ser levado diretamente ao capítulo 01.

domingo, 30 de março de 2014

Quem seria eu?


E quem seria eu se não soubesse falar do amor?

Quem seria eu se não soubesse jogar nas minhas palavras tudo aquilo que já senti, que sinto, que quero pra mim?

Quem seria eu se não soubesse, na mais pura das formas, explodir de dentro para fora?

Quem seria eu se não soubesse dizer o amor... Sentir amor, crer no amor?

Quem seria eu se não...

Então,

tranquilamente,

eu sou.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Sou onda


Se a minha onda corre, frenética, sem perder sua força ou desfazer-se na maré, quem sou eu para descer e procurar um outro momento oportuno?

Se as coisas dão certo, mesmo que longe das praias em que gostaria de estar, quem sou eu para dizer que não devo aceitar a corrente e agarrar minhas oportunidades como sempre o fiz?

Se meu lar está longe, mas a sorte aqui, quem sou eu para virar as costas e querer algo diferente?

Para meu lar distante,

que o mar um dia me carregue.

Até lá,

continuo com a força brutal de onda prestes a quebrar, segurando com convicção nos acasos que aparecem, e na sorte que sorrir.

Hora certa


Passamos tanto tempo no mundo nos perguntando o que aconteceria se...

Tanto tempo entre o arriscar ou não, que quando percebemos que nossos horizontes estão ao nosso favor, torna-se difícil manter a calma necessária para agir da maneira correta.

Que o coração não exploda diante da oportunidade de ter a sabedoria de crescer e estruturar. Que o espírito não fuja enquanto é hora de manter a sapiência e a segurança de se preparar para a hora certa.

Se apertar dentro do peito, que seja por saudade de onde queremos chegar, e nunca, jamais, pelo desespero de querer pular os importantes momentos de crescimento.

O que aconteceria se... ?

Em breve descobriremos. Na hora certa.

domingo, 23 de março de 2014

Nosso excesso


Dizem que o excesso de passado faz mal, que é nada mais do que bagagem pesada.

Mas para quem tem entre seus maiores tesouros grandes lembranças,

é de passado que se empurra pra frente,

que se levanta a cabeça.

É lembrando do belo caminho traçado, das pessoas que brilharam em nossas noites mais escuras, que criamos a força para estufar o peito e olhar para a estrada com tamanha coragem e dedicação.

Talvez o excesso faça mal, mas também lembra o quão incríveis fomos, o quão incríveis somos, e o quanto ainda seremos.

quinta-feira, 20 de março de 2014

No mudo



Coloquei o mundo no mudo

e então percebi

que a única voz a escutar

vinha de dentro do peito

das batidas do coração.

terça-feira, 18 de março de 2014

No vento se desfez


Que venha com o vento gelado o necessário para arrancar a culpa e banir o que não me trás para a luz.

Um basta para qualquer coisa que me faça descer de mim, daquilo que acredito ser o correto e daquilo que não acredito ser minha própria felicidade.

Um basta para tudo que não preenche, tudo que não soma, tudo que simplesmente não faz falta.

Um basta para o supérfluo,

e muito mais do que é essencial.

Que venha com o frio, o calor dentro do peito.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Doce vida


Se o coração não arranhar, não apertar, ou até mesmo não quebrar, tenha a certeza de que passou a vida em vão.

Se a garganta não secar, o estômago urrar, e a expectativa não ocupar todo o pensamento, de nada valeu um dia após o outro.

Até a dor lembra da doçura de viver,

e viver certamente é doce até mesmo se doer.

domingo, 16 de março de 2014

Acampamento


Se por um acaso as escolhas deixarem mais difícil, lembro com calma que o mundo é muito maior daquilo que alcanço com minhas mãos, que o amor daqueles que amo é muito mais acolhedor que qualquer chão frio que não faz de mim seu.

Se por um acaso doer, lembro que tudo é passageiro, e que o momento é sempre um entre tantos.

E como em todos eles, um dia desmonto meu acampamento, e parto para o desconhecido.

sábado, 15 de março de 2014

Dos que sonham acordados


E hoje a frase do dia não é minha, mas dos lugares mais inusitados vem nossas melhores perspectivas da vida:

"Pena daqueles que não sonham acordados. "

E que sejamos desses, que sonham sem fechar os olhos, que veem no céu uma infinidade de possibilidades, no nosso caminho o desejo, um grande sonho, um futuro a ser realizado. Que sejamos desses que sentem mais, mesmo quando dói mais, desses que os olhos brilham mais, e que, como crianças, estão sempre livres para acreditar nas histórias mais bonitas, nos impossíveis que podem acontecer.

Pena daqueles que não sentem a música de suas vidas em cada momento, em cada batida do coração...

E então, sou desses, que sonham acordados, e veem uma história de amor, de recomeços, de fazer acontecer em cada canto onde se possa procurar...

quarta-feira, 12 de março de 2014

O espelho


A gente se olha no espelho e se pergunta quanta energia tiramos de graça até aprendermos a cuidar de nós mesmos.

Quantas pessoas ferimos até aprender que ferir é uma opção? Para quantos corações fomos de suma importância, e nem ao menos percebemos nossa magnitude em suas pulsações?

Nos damos conta que por muito tempo fomos vendados por nossas convicções, deixando o mundo girar em torno de nossas próprias vontades e destruindo o que fosse pelo caminho, com a ingenuidade de quem acredita que a ninguém fere.

Quantos amigos tivemos, que não tiveram um ombro amigo? Quantos amores, que não tiveram nosso amor? Quantas pessoas que abraçaram a nós, mas não foram abraçadas por nossos braços?

Quantos corações pelo caminho até entendermos o quanto tocamos as pessoas e o mundo?

Não toque uma vida sem uma razão,

não toque uma vida por tocar.

Olhe mais um vez para o espelho...

O que vê?


Com o tempo


E então olhamos para um lado, para o outro, e nos perguntamos o que restou para nós.

Perguntamos o que sobrou, o que é nosso por esforço e direito... O que faz desse lugar nosso lugar?

A resposta que dá forças ao coração vem com o vento.

"Não resta nada,

mas o que é seu,

vai vir com o tempo."


segunda-feira, 10 de março de 2014

Solidão só


Que a solidão não sufoque.

Que seja deleitada com a doçura do conhecimento de si mesmo, com a curiosidade de quem há muito não se olha no espelho.

Que ela não amedronte.

Que seja encorajadora, a seguir as metas e os caminhos para chegar na vitória almejada.

Que ela não reprima.

Que seja o momento de ser a sua melhor companhia, o seu melhor eu, e fazer o bem sem hora marcada.

Que seja desfrutada para, na hora certa, não faltar de mim mesmo em mim.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Nunca mais


O nunca mais é forte, mas as vezes necessário.

O nunca mais colocar corações no caminho por nosso medo da solidão.

Nunca mais forçar o processo que toma tempo.

Nunca mais lutar pelo que não é para ser.

Forte, necessário, e uma lição que se aprende na amargura do erro, na reflexão das duras chicotadas da vida.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Náufrago



Quando a gente sente a onda antes da calmaria, e a tempestade que precede um dia de sol...

Estar assim, ao relento do mar, com tudo e nada a perder.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Atravesse para o outro lado



Quem é você?

O que você precisa para ser feliz? O que quer de quem está ao seu lado?

O que você quer de você mesmo?

As vezes temos que responder nossas próprias perguntas, para poder estender a mão para o nosso futuro, sem esquecer que nem sempre este estará de braços abertos esperando nossas decisões.

A vida precisa mudar, e se precisa, é melhor que se faça agora. Que o hoje seja o tempo de mudanças. Todos tem um limite de erros antes de perder as grandes chances. Todos tem um limite de inércia antes de deixar o trem passar.

Quando passamos tanto tempo desejando algo, será mesmo que o sentimento mundano será capaz de deixar escorrer pelas mãos sua última chance? Será mesmo que a individualidade e as más resoluções afastariam para sempre aquilo que tanto é clamado como ser que ilumina uma vida?

Será mesmo que antes de se encontrar, as portas estarão há muito tempo fechadas?

Não deixe a porta bater antes de passar para o outro lado.

Pois portas como essa, não tem uma chave para serem reabertas.

Lições


Eu não sei direito o que estamos dispostos a perder enquanto tentamos acertar dentro de nós mesmos. A verdade é que a gente dificilmente consegue distinguir exatamente os pontos em que erramos ou acertamos, e o que poderia ser evitável ou não em nossa trajetória, e quando o fazemos, não podemos ser imprudentes de virar as costas ou fechar os olhos.

Passamos a vida pensando que talvez as atitudes nunca fossem as mais suficientes, e que estamos acostumados a enfrentar os desafios impostos. Dos desafios, a tranquilidade de saber que somos sempre os guerreiros batalhadores nos conforta. Mas incrivelmente, também existem aquelas lições onde somos os vilões, onde erramos e causamos o mal alheio. Até nesta maldade impensada existe uma lição, para nós, para outros, onde entendemos que existe um modo de nunca mais repetir um erro, de nunca mais causar as trevas no coração alheio sem essa intenção.

Não sei direito o que estamos dispostos a perder enquanto tentamos acertar dentro de nós mesmos. Um dia somos guerreiros, um dia somos os vilões, e em todos eles, somos eternos aprendizes.

sábado, 1 de março de 2014

Não foi por mal


Preciso esfregar a alma. Deixar a cara para o tapa, perder tudo que tenho que perder, jogar nas palavras o emaranhado de deixas que deixei passar, o emaranhado de palavras que engoli por medo de encarar os fatos.

Deixar a dignidade e qualquer sentimento de pena por mim ou por outrem sair pela mão de quem escreve uma história do jeito errado e acredita que sairá sem a dor de se espetar.

Quando entendemos que o caminho que trilhamos é o contrário daquilo que nos leva para nossa própria luz, a dor de dar a volta por entre o emaranhado de espinhos que nos prendem é grande, e arrasta muitos corações. Mas também, a luz é diferente para cada um. O errado é mantermos nosso coração negro para a alegria de outros. Mantermos nosso corpo morno para sentir que fazemos o bem para alguém... Deixar o espírito preso para não abrir feridas que sempre estiveram ali.

É hora de aceitar o repúdio que for, deixar que se fale, que se julgue, que exploda a bomba relógio que por muito tempo esteve escondida em gestos de bondade e piedade alheia, enquanto eu mesmo esquecia do que me tornava ser vivo. Enquanto eu mesmo esquecia que antes de tudo, quem precisa ser feliz sou eu, e não quem espera o que for de mim.

Viver pela metade não é viver, amar pela metade não é amar, chorar sem lágrimas não é a verdade, e prender pelas mãos quem queremos pelo coração também não é mais certo do que vendar nossos próprios olhos e fingir que não estão ali, as trepadeiras de mentiras que contamos a nós mesmos todos os dias para acreditar que estamos fazendo tudo do jeito certo para que seja perfeito.

Tentar forçar o sorriso na face de outrem, tentar forçar aquilo que não existe, forçar a nós mesmos a acreditarmos que tudo está bem quando só estamos sufocando nas amarras de nossa ilusão... As intenções podem ser boas, mas não é assim que encontramos nossa felicidade. Não é assim que merecemos nossa felicidade. Ninguém merece não ser amado de igual para igual, ninguém merece não ser único aos olhos de quem ama, e pior que isso, ninguém merece saber de tudo isso e mesmo assim esquecer de si mesmo para viver no encantamento da tentativa.

Hora de abraçar os espinhos, de perdoar a mim mesmo e aceitar que não foi por mal. Hora de dizer o que deve ser dito, de libertar quem merece o melhor de alguém, e que eu não pude dar. Hora de aceitar que nem todas as tentativas dão certo, que a gente foi feliz, mas que um amor não vive de favores... Talvez viva, mas eu sou mais confuso que isso, sou mais intenso que isso, e não consigo aceitar nada senão a loucura de doer de sentimento demais...

É hora de sermos verdadeiros, pois se existe algo, é a admiração por um coração de ouro, que não merece a omissão do amor.

Homem monstro


Tem vezes que nos sentimos um monstro. Um ser desumano que coloca suas garras no mundo e se alimenta de sonhos alheios.

Tem vezes que percebemos que não o somos, mas sim, que somos homens. Seres de carne, ossos, corações e espíritos que tendem a se perder e se encontrar mil vezes até de fato acreditar ter encontrado sua própria identidade.

Sou homem, sou espírito, sou ser que tenta encontrar a mim mesmo a todo o instante...

Se tem horas que magoamos, foi por não saber lidar com os próprios fantasmas.
Se tem horas que machucamos, foi por flagelar a nós mesmos no âmago de nossa alma.

Se tem horas que nos sentimos monstros... É por sermos o que somos.

Gente.

No fim, não é por mal... É apenas da natureza aprender para não repetir.

Sentir,

sofrer,

e seguir em frente.