segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ausências presentes


Ausências tão presentes que estão na chuva que cai lá fora, no tempo que esfria, nas palavras lidas e dentro do peito.

Dizem que para existir um futuro devemos sempre fechar as portas do passado e deixa-lo para trás, mas o que seria de nós sem nossa história? O que seria do homem sem os calos de sua trajetória? O que seria dele sem aqueles a quem outrora deu as mãos?

Ausências tão presentes, em cada som, em cada gesto, em cada memória. Algumas que nos fazem rir, outras que tornam o suspiro pesaroso, mas sempre presentes.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mar


E até as águas mais salgadas guardam a beleza e a doçura das profundezas submarinas... Seria o coração como o mar, profundo, guardando mistérios a serem desvendados?

Sendo assim, sou mar.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Se ficar muito difícil


E se por um acaso ficar muito difícil,

fecho meus olhos e começo a sonhar,

com lugares melhores e gente de coração aberto,

com cor, música, e o vento a soprar da praia e do mar azul.

Se por acaso ficar muito difícil,

fecho os olhos, e deixo o coração divagar.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Ex

Definir o que sobra de um relacionamento após seu término, e o que é aproveitável ou não ali, vai ser sempre um mistério para mim. Um relacionamento parte do amor, do interesse entre duas pessoas dispostas a pensar em um futuro, pelo menos é isso que me disseram. Descobri que também existem relacionamentos que existem por existir, relacionamentos que existem para nos fazer crescer, relacionamentos que são para sempre... E a grande parte dos relacionamentos, que são para sempre até chegar ao fim. O que sobra?
O que acontece com todos os planos, com todas as expectativas? Quem foi que inventou essa regra de que o “clima” que paira entre duas pessoas que um dia estiveram juntas fica estranho, intragável, insuportável? O que aconteceu com toda a harmonia entre duas pessoas que um dia se conheceram tão bem sentimentalmente e carnalmente? De íntimos, passamos a ser meros conhecidos com histórias borradas, cicatrizes mal cauterizadas... As fotos são deletadas ou guardadas em algum lugar escuro, os presentes na estante tem histórias mudadas, origens embaralhadas de modo que não lembrem mais seus reais propósitos. Afinal, quando o relacionamento chegou realmente ao fim?  Quando o casal termina uma temporada juntos? Acho que aquele clima após também deveria ser considerado parte do relacionamento. O desapego.
O desapego é aquele momento estranho, e ainda mais estranho quando o convívio ainda permanece constante. É mais fácil quando existe raiva, ódio, e quase insuportável quando quase não há mágoa. Nesse segundo tipo vêm as dúvidas: Será que realmente não era o certo? Será que não existe uma chance? Será? Será?
Defina intensidade de amor. Não houve amor o suficiente? Houve amor demais? O que realmente deu errado? Porque o coração não bateu mais rápido na hora certa? Em que momento o caminho trilhado se tornou dois, e o mundo já não fez mais sentido daquela maneira? E as alianças? E as noites de amor? E a futura casa? Os futuros filhos? Coitados, não vão existir. Não daquele jeito.
Deve existir algum lugar para onde vão todas aquelas coisas planejadas, todos os sonhos a dois, todas as expectativas de um casal no momento em que tudo termina. Será que depois, conseguirão aquelas duas pessoas, antes tão uma, partilhar de um momento a sós sem uma cachoeira de lembranças, sem as perguntas que nunca vão ser respondidas? Sem tantos “serás”?

O que sobra de um relacionamento que chega ao fim?

. . .

Retirado do fundo da pasta de 2013, escrito em algum momento próximo a março.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Nós, moribundos do mundo



Esse era para ser um texto lindo e poético, pois minha energia está tão alta e com uma vibração tão boa que tudo deveria ser despejado em palavras. Estranhamente, com essa sensação calorosa no peito, nada me vem a mente que possa ser jogado nas linhas a serem escritas.

Portanto, só fica aqui a constatação que o bom humor é necessário, para rir dessa estranha certeza que nós, homens do mundo temos sobre as milhares de coisas em nossas vidas. Estamos todos caminhando inseguros e cambaleantes pelo caminho em direção aos nossos paraísos, e cabe a nós decidir se esse caminho vai ser levado com a dor e o peso do mundo ou com as gargalhadas dos moribundos da vida.

Tão perdidos no mundo, tão cômicos em sua certeza de estarem encontrados dentro deles mesmos.

Só podemos rir, e seguir em frente, pois quem sabe a porta do paraíso está ali, só esperando para ser aberta.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Eu escreveria


Um dia em que eu escreveria aquilo que está além de minhas palavras.

Escreveria sentimentos, escreveria a respiração sem compasso, escreveria o que a íris reflete.

Escreveria o que aquela música faz em mim, o que aquele filme me abala.

Escreveria tudo que eu já nem sei mais se a coragem me permite escrever.

Escreveria minha história... Como ela tem que ser.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Deixa a vida trazer, levar, seguir e voltar


Deixa a vida acontecer.

Deixa as coisas fluirem.

Deixa o que é pra se tornar reencontro, assim tornar-se. Deixa o que é pra ser eterno carinho e amor, assim ser.

Deixa as esquinas se encontrarem por acaso, deixa os abraços não serem premeditados.

Deixa o sol nascer e se pôr. Deixa a lua brilhar e dar a certeza que sempre existe um amanhã.

Deixa isso tudo ser incerto e bonito, e mais que isso, deixa o coração sempre pronto para o novo dia,

velhas histórias,

e canções novas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Bagagem em mãos


Sem tempo para lamentar coisas que passaram, pessoas que se foram, presentes que se perderam, sempre faço força para guardar só aquilo de bom das memórias.

Guardo-as na minha mala, bagagem de vida recheada das mais diversas e belas emoções, lágrimas puras de amor, sorrisos de fraternidade, lutas pelo direito de ser e estar e grandes experiências inesquecíveis.

Essas memórias, que lapidadas só se tornam carinho, estarão sempre ao meu lado, sustentando os pilares que me erguem sempre para o além das minhas próprias possibilidades, que me impulsionam para o futuro, e me dão as forças retiradas do passado.

Abraço tudo isso que vivi com cuidado. E com bagagem em mãos sigo em frente, sem pensar muito no que não foi, apenas no que está para ser.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Uma voz


Eu ouço no vento uma voz distante.

Ela me diz que tudo vai ficar bem.

Sussurrando no alto dos prédios, nas ruas vazias, me dá a certeza de que a vida me fará ir para onde for o meu destino.

Ouço no vento uma voz distante,

E ela me diz que está tudo bem, e que estão soprando ao meu favor.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

À espera dos reencontros


Talvez não tão cedo existirá o "bem vindo de volta" com o qual eu estava acostumado e sempre ansiava.

Talvez não tão cedo eu vá dar meus abraços que matam a saudade, os sorrisos que trazem na lembrança a felicidade de inúmeras despedidas e reencontros.

Talvez, dessa vez a espera seja maior, mais longa... Mas espera nenhuma é maior que a felicidade de estar novamente vivendo aquilo que passa tantas vezes pelos sonhos, pelos pensamentos antes de dormir e nas boas lembranças guardadas no peito.

Talvez, só talvez, tudo sempre valha a pena.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Tanto em mim


Eu tenho tanto.

Tanto dentro do peito, que acho que ele explode como balão se espetado com a agulha.

Eu tenho tanta cor, energia, tanto carinho e amor. Tantas histórias e aventuras, inimagináveis e improváveis.

Eu tenho tanto a dar, tanto a oferecer, tanto pelo que batalhar, e tanto a orgulhar.

Tenho tanto do mundo dentro do peito,

Eu tenho tanto de mim em mim, que ainda nem conheci.