quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Confome a música


A vida é tão transitória, em tantos sentidos, que hoje mais vale não esquentar a cabeça com o que em breve já não está mais aqui. Calma, a vida afasta quem não acrescenta, afasta quem incomoda e certamente afasta aqueles com quem a energia não sintoniza. Mas também, afasta aqueles com quem temos a certeza de que iremos trilhar o resto do caminho... Ame, cuide, seja atencioso e lembre de que todo o carinho é bom. As situações? Elas vão importar lá na frente? Se sim, dê um jeito. Se não, tempo! Que o tempo arruma.

Sutileza ao dançar conforme a música, mas sem esquecer aquilo e aqueles que fazem a diferença e deixam a vida mais feliz. Lá no fim, é o que queremos que sobre do presente.

Pelo que lutar


O amor não tem explicação, ele é o que é. É o amor que nos faz cometer essas loucuras, essas vivências únicas que logo serão lembradas com carinho. É o amor que nos faz viajar grandes distâncias, que nos faz cometer os pequenos micos no meio da rua. É o amor que nos faz ter aquela péssima noite de sono, pra passar mais tempo com quem se quer bem. É por culpa dele também tanto bico, tanta manha, tanto quero porque quero. O amor, como dizem, realmente move montanhas, ou pelo menos muitos corpos no espaço. Esse amor de amigo, amor de amante, amor de irmão, de pai, de mãe, de bichinho de estimação. Que exista amor, que se faça amor, e que jamais deixemos de acreditar que é com ele que devemos tirar as pedras do caminho, com ele que devemos seguir na nossa estrada. Que seja amor por si só nos caminhos para a felicidade, e que em cada novo nascer de sol, tenhamos uma nova ambição, e esses amores pelos quais lutar.

Todos que sou


Vem, vida. Vem com toda sua força, chega, me faz mudança mais uma vez. Me faz seguir o caminho, mas sem deixar para trás aquilo que me faz sorrir. Que vá comigo o amor de cada coração que toquei, que vá comigo a inspiração de cada instante inesquecível... Vem vida, me leva, mas me leva como o todo que sou, todos que sou.

Sua mão


Quando parecer muito difícil, quando tudo for muito assustador, que venha sua mão e lembre de que essa vida é só uma. Quando for um dia ruim, lembre que é uma tristeza entre as felicidades. Quando der errado, que seja por tentar. E quando der certo, que seja pelo esforço e pelo merecimento. Que os infortúnios tornem-se detalhes, e as alegrias, um norte a se seguir. Que jamais falte o amor, a maturidade, e que, para cada lágrima derramada, venha um novo dia para se vencer.

Andanças de um coração remendado


Penso que com todas as andanças dessa vida, ainda não aprendi a me despedir dos meus. Penso que com o tanto que já dividi de mim, ainda não aprendi a entender distâncias. Penso que em tantas escolhas, ainda não aprendi a escolher... Mas ainda assim me despeço, caminho, escolho, e sigo em frente, buscando o entendimento, e me preenchendo dos sorrisos que encontro no caminho, das lembranças que ficam comigo. Vai, cigano! Que o coração remendado faz parte do teu ser...

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Prisioneiro


Olha só que engraçado.

Meu medo é de seguir em frente, de dar o próximo passo e acabar sendo prisioneiro das circunstâncias, perder minhas asas e parar de voar pelas amarras das limitações. Meu medo é que a liberdade que existe e explode em mim, que a estrada que chama meu nome, que as músicas que tocam meu coração e movem meu corpo já não possam mais ter seus efeitos sobre minha alma por culpa daquela familiar mas há muito adormecida sensação de algemas da sociedade, do mundo frio, caótico e que perdeu o coração faz tempo.

Aí que vem a graça. Se o medo me parar, se eu de fato acreditar que só terei minha vontade cigana enquanto estiver no conforto dessa estranha e inerte estabilidade que me deixa voar, mas não por onde penso querer, já não seria eu prisioneiro de minha própria liberdade?

Seria eu um prisioneiro do medo de me tornar tal qual?


domingo, 28 de setembro de 2014

Devo querer ser feliz



Tô meio perdido em relação as coisas do agora e as coisas do futuro.

Digo, em relação ao que sou e o que faço. Tô inseguro em relação ao caminhar visando as coisas que me fazem feliz, e as coisas que eu deveria fazer.

Deveria segundo o que os outros querem, já que, dentro de mim, meu dever tem que ser com aquilo que me trás o sorriso no rosto.

Perdido entre o agora e o que ainda vai chegar.

Será que caminhando conforme o que me faz feliz, eu acerto com o erro?

Ah,

desliga esse celular, apaga esse texto e vai dormir.

Amanhã os deveres são outros,

já vão exigir outras coisas,

e quem sabe,

por sorte,

a sua felicidade passa despercebida.

domingo, 21 de setembro de 2014

Ao artista



Eu fico pensando em todo o caminho que me trouxe até aqui. O quanto a arte realmente significa na minha vida, o que ela fez por mim no passado e o que faz hoje, no meu presente. Eu era franzino, lembro que minha criatividade era a única característica marcante da minha personalidade e, quem sabe, da minha pessoa. Sempre gostei do teatro, sempre curti a dança, mas sempre me maravilhei com aqueles circos itinerantes que passavam pela minha pequena cidade perdida no sul... Não esperava uma vida que despertasse para esse lado cigano e misterioso. Tenho que agradecer todos os dias por minha mãe preocupada com minha dificuldade em fazer amizades e encontrar um rumo, me inscrevendo naquele teste na Escola de Circo de Londrina sem meu consentimento. Normalmente mães colocam os filhos inseguros no psicólogo, a minha achou uma boa idéia me ensinar a pintar a cara de branco. E nessa atitude doida ela mudou minha vida e, posso arriscar, me deu minha identidade.
Foram anos de treino, de aprendizado (que hoje eu com certeza aproveitaria melhor, se pudesse voltar no tempo. Quando a gente é criança acaba deixando muita coisa passar e não perceber como aquilo era valioso, haha!). Foram anos de brigas em casa, conciliando os estudos tradicionais pela manhã (e dormindo bastante em aula, acho que professores mais chegados e colegas lembram bem!) com os treinos pesados de circo da tarde, os ensaios e aulas no turno da noite, e as inúmeras viagens para longe. O ônibus lotado no fim de um dia cansativo, mas extremamente satisfatório. Anos de um primeiro mortal da cama elástica, a primeira vez que consegui jogar três bolinhas pro alto (essa parte foi mais difícil, meu professor de malabares sabe bem.) e o primeiro encantamento com o trapézio, com o tecido, e com a imensidão de aparelhos que vieram depois disso. O primeiro figurino, a primeira lesão por esforço, primeira distensão (de muitas, deveria ter sido mais cuidadoso nesse aspecto...), primeiro espetáculo, e o primeiro pé na estrada. As primeiras amizades e os primeiros contatos artísticos... Durante a formação aprendi que ser artista no picadeiro era bem mais do que executar as tarefas na hora do show: Era ensaiar, era persistir, era suar a camisa e repetir inúmeras vezes até chegar à perfeição. Era saber montar e desmontar seu ambiente de trabalho, conhecer o aparelho de uso e o espaço tanto quanto seu próprio corpo e mente, e o mesmo valia para seus parceiros. Mais do que isso, era saber o seu propósito, sentir a música, sentir a arte, e deixa-la tomar conta do corpo e contagiar as pessoas que estavam lá na platéia. Era jogar no mundo um pedaço seu, e encantar com isso. 
Mais ainda, o circo também construiu meu caráter. Me ensinou a confiar nas pessoas, e desconfiar delas também. Me ensinou que o mundo não é um lugar fácil de existir, e que para estar aqui travamos uma batalha diária, em que muitas vezes só sai vitorioso o mais forte, ou aquele que deu mais duro. Me ensinou que nada vem sem o esforço. Me definiu como artista, e como pessoa.
Dos meus colegas, fui um dos que não trilharam o caminho do picadeiro e das grandes companhias. Por algum tempo até me senti um pouco perdido, pois já não sabia mais meu papel nessa tal arte circense, se é que eu ainda tinha um a executar. E então descobri que, com tudo aquilo que aprendi, posso tocar a vida das pessoas, ensina-las o pouco que eu sei, mesmo que fora dos palcos, e doar um pouco de tudo que me foi passado, dessa vez, do meu jeito.
Como educador, percebo hoje o quão importante foi o papel dos meus treinadores, técnicos e professores, não só na minha carreira artística, como na minha construção humana. Às vezes dou risada de mim mesmo quando percebo o quão parecido sou com meu antigo professor, ou aquela professora elástica que dividiram inúmeras experiências comigo. Percebo que, por mais que tenha perdido contato com praticamente todos aqueles que trilharam esse caminho ao meu lado, eles certamente estão em mim, dentro das cicatrizes, da memória, e no meu modo de viver a vida. Hoje não sou o mais apto dos artistas, tem me faltado muito treino e tempo para aperfeiçoar a minha própria técnica. Mas, graças a essa arte que chegou na minha vida para sugar de mim o melhor, sei que meu papel no mundo pode não ser para sempre no picadeiro, mas sim, tocando a vida de novas pessoas, que aspiram um futuro melhor. Ver nos meus alunos o mesmo brilho nos olhos que tive quando percebi que amava aquilo que eu estava começando a descobrir não tem preço. Saber que aqueles, quem sabe, futuros artistas, terão para sempre um pouco de mim neles também não.
No fim, quando volto a me perguntar o que a arte realmente significa na minha vida, chego à conclusão que ela significa tudo. Tudo que me faz caminhar, que me dá um norte, e tudo que posso expressar de melhor para o mundo. Pode ser que não esteja sempre ali, pulando, ensinando, expressando, mas certamente, sem o circo, sem essa arte cigana que escolhi (ou ela escolheu a mim?), eu saberia muito menos de mim do que sei, e do que poderia imaginar. Sem a exaltação de pisar no picadeiro, sentir as luzes e os holofotes, o cheiro da maquiagem e de palco, certamente eu jamais me reconheceria como alguém que pode fazer sua diferença enquanto pisar no mundo.
Por hoje, queria agradecer todos que de alguma forma tiveram sua parcela de culpa nessa construção. Aqueles com quem nunca mais tive contato, aqueles que chegaram depois e ainda caminham do meu lado... De vocês, levo os maiores aprendizados, e minha identidade, meu eu tal como é hoje.

Quem sou eu?

Sou artista, sou professor, sou circense, e tudo que sempre quis ser.

"Dar ao artista a oportunidade de espalhar sua arte, é como dar aos pássaros a oportunidade de voar."

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Tô na estrada


Tô na estrada, faz horas.

Vagando, tentando encontrar a linha vermelha que me diz onde chegar.

Tô na estrada, esperando desembarque, sem saber quando, onde será.

Meio cego, meio branco. Meio leve, meio em prantos.

Tô na estrada, faz horas.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Certamente


Não temos como saber o que vai ser do amanhã, nem quem vai estar caminhando ao nosso lado. Temos como desejar, esperar que seja tudo aquilo que pensamos, que sonhamos. Esperar que as mãos dadas continuem sendo aquelas por quem agradecemos todos os dias. Que a família continue a ser unida, que os amigos continuem a nos esperar nas folgas do cotidiano, e que aquele amor com o qual você não se imagina sem, seja de fato o mesmo que vai estar lá até o fim da sua estrada.

Nosso futuro, sim, continuará sendo incerto, mas podemos ter a certeza de que, certamente, ele virá.


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Expectativas falhas


Minha expectativa para com as pessoas, por fim, é grande demais para elas obterem sucesso seja no que for.

Minha imaginação e minha vontade de distribuir o que acredito ser amor talvez não condizem com aquilo que sou e o que consigo externar para o mundo.

A gente se sente meio doente, sem saber onde colocar todo o sentimento, toda a emoção e a vontade de alegria.

Ninguém se importa tanto,

e essa sim é uma lição para levar adiante,

para fazer dar certo,

para doer só o que realmente tiver que doer.

domingo, 13 de julho de 2014

Além


Enquanto isso ainda procuro pelos cantos quem me veja pelo que sou.

Além da casca, além do manto que penduro acima das vestes surradas,

travestido na fragilidade ou na força que bem convém.

Ainda procuro pelos cantos,

quem veja além, em mim.

Há de chegar


Quando acordo com aquela sensação muito viva de que o futuro demora,

respiro fundo mais de uma vez.

Penso em mim,

penso em nós.

Aceito o espaço enorme no peito,

e o preencho com o presente.


Nosso futuro há de chegar,

e é por aqui que começo.

domingo, 6 de julho de 2014

Pessoas rasas


Vou me sentindo cada vez mais rodeado pelo banal.

Pessoas rasas nas quais mergulhar é impossível,

que as curiosidades do dia batem na mesma tecla e não mudam.

Crescimento? Pra que? O mundo gira mesmo assim.

Conhecimento? Loucura! Ser limitado é normal.


Vou me sentindo cada vez mais rodeado pelo banal,

pelo desinteressante, pelo trivial.

O problema é me sentir assim,

quando em mim há a profundidade do oceano,

uma gama de coisas que quero descobrir,

sem ter alguém em quem mergulhar e partilhar mais de mim.


Ao menos ainda lembro,

que em mim não basta um mergulho,

para saber o fim.


sábado, 21 de junho de 2014

De onde vim?


No rock, no blues

Na arte beirante,

fui tão cult, tão main,

fui dos show suburbanos,

dos coquetéis da finésse,

do palco, sinal fechado.

Na última tragada, no primeiro gole,

dos fundos de quintal e do meio fio.

Meias arrastões rasgadas, artistas nus em transe,

o lanche da esquina, o metal na veia.

As filosofias do bar, as amizades verdadeiras.

Dos rabiscos no corpo, das pin-ups na cena.

Fui passando por aí, me encontrando nos cantos,

nas almas vazias, nas almas tão cheias.

Prrenchido dos sabores do mundo,

mais claros, mais escuros.

Na luz, na sombra,

nas boinas e trompas.


Vim de mim mais do que penso.


E você,

de onde veio?


Andei por aí perdido enfim


Por quantos caminhos já andei, onde hoje mal me reconheço.

Quantas terras avistei, pensando serem minhas e não eram.

Minha mania de ter memória falha, de me estranhar onde outrora tudo era tão eu.

Quantas estradas percorri e hoje já não lembro.

Vou bambo,

enfim,

perdido de mim.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Nosso acenar


E eu vejo e chego a essa conclusão meio minha de que a vida sempre vai ser essa loucura de encontros e desencontros. Que estamos aqui sem mãos atadas, em um constante abraçar e despedir-se de tudo e todos. Chego a essa conclusão de que a gente cresce, e teima em não crescer. Que não podemos ter medo do adeus e também dessas responsabilidades estranhas que até então pareciam tão distantes.

A vida é um acenar constante.

Ora vem, ora vai.

E a gente aqui,

tenta dançar conforme a nossa música particular.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Eu nunca quis ficar


Eu nunca quis ficar.

Até então, eu sempre havia sido uma pessoa que acreditava encontrar na estrada e na inconstância da mudança um lar, um aconchego e uma identidade da qual me orgulhava em hastear bandeira. Sempre havia considerado minha arte o único propulsor para sonhos, para meus objetivos e minhas metas.

Então me desfiz. Me desfizeram. Me desfez. Não foi preciso mais que um olá, uma noite, um olhar, para eu vir abaixo com toda minha muralha de ideais e da crença de que uma vida cigana me bastaria. Já não bastava.

A gente já atravessa uns anos agora, uma história que cabe em um pequeno livro desses sem pretensões mas que guardam uma boa dose de emoção. No meu coração entravam e saiam pessoas, entravam e saiam momentos, capítulos e etapas. Aí chega alguém que entra e decide não sair... Até quando a gente faz força para que saia, né?

Nos perdemos no tempo, nos perdemos na distância, nos perdemos na memória.

Intensos, queimamos, caímos, levantamos, amadurecemos. Intensos nos despedimos e nos reencontramos por diversas vezes, até quem sabe nesse instante que nos encontramos agora.

Quem sabe o amadurecimento vem chegando? Quem sabe agora dá pra caminhar nessa linha tênue de crescer distante, juntos... Quem sabe?

Hoje os abraços podem ser livres de dor, a saudade livre para gritar ao mundo. Hoje o reencontro não precisa das despedidas, hoje os sorrisos podem ser teus, e meus. Hoje pode não ser tudo como queremos, mas hoje também sabemos que um dia pode vir a ser, caminhando, construindo.

Se estrada antes era lar, hoje é caminho para chegar a ti.
Se a arte antes era a vida, hoje é com ela que quero construir uma vida.
Se o sonho antes era voar, hoje sonho em poder pousar onde bem quiser.

Acreditando na crença de nosso querer, sorrio, sabendo que ao meu lado está pousado exatamente quem um dia povoava só meus pensamentos, e as mais doces lembranças.

Eu nunca quis ficar.

Hoje eu quero.

sábado, 7 de junho de 2014

Detestável amado tempo


Tempo que se torna maior aliado e maior desafio

tempo que me separa de um abraço quente, um beijo apaixonado

tempo que me priva das decisões difíceis, de encarar a vida

tempo que me permite fazer o que gosto, e ainda amar quem eu quero.

Tempo,

detestável amado tempo.

terça-feira, 27 de maio de 2014

O que há lá fora


Gota de chuva,

vapor na janela.

Desenhe um sorriso,

faça um pedido...

Fiz.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Nossa fase singular


Ei, vocês.

Hoje senti essa saudade despretensiosa no peito, que chegou mansa e se tornou um sorriso no rosto. Estamos todos bem, não é? O tempo que passou foi pouco, mas quanto a gente mudou? E essa brincadeira de novos velhos, de levar as coisas mais a sério, se preocupar com o futuro que chega e passa depressa?

Hoje senti saudades dos abraços, dos apertos, das loucuras e do jeito que riamos para o futuro. Senti falta de pouco ligar se os cabelos estavam escabelados, e se as suas meias-calças rasgavam sentando no meio fio tarde da noite. Das fotos em que faltava dignidade e sobrava verdade e amor. Senti falta do lanche gordo enquanto o sol raiava depois de suar a noite inteira pulando com Beatles, Madonna, Elvis, e o que estivesse tocando na hora. Senti falta do vinho barato, das peças de teatro estranhas, das repúblicas (e dos seus carimbos de entrada falsos, claro), das caronas perigosas e dos táxis pagos com vaquinha. Senti falta das boinas perdidas e de nossas primeiras experiências. Saudades de nossas novidades e da loucura de aprender a ser eu mesmo sem medo, pois incrivelmente, nessa amizade doida, sempre existiu esse amor incondicional, e ainda acho que não é todo mundo que experimenta isso com amigos durante sua vida.

Nossas intensidades, nossas filosofias, nossa profundidade ao se deparar com o amor, com as responsabilidades, com os problemas e desafios que surgiram no caminho. Nosso jeito singular de levar a vida de mãos dadas sabendo que, tudo caindo, lá estávamos nós revezando nossas forças para todos ficarem de pé, prontos para o próximo capítulo.

Por hoje, agradeço todos os Potiguás, Garagens, Vitrolas, Valecos, salas de aula, de casa, meios-fios e carros desconhecidos, pois foi neles que conheci os melhores braços seguros e passei essa grande fase da minha vida, incrivelmente, sempre em segurança sob a supervisão e proteção coletiva dessa bizarra e mágica amizade.

Um grande viva por nossa loucura sensata, por nunca ter nos faltado esse amor, e que nunca percamos essa nossa incrível habilidade de saber quem somos, e a sorte de termos uns aos outros!

"Psycho killer, qu'est-ce que c'est
Fa Fa Fa Fa Fa Fa Fa Fa Fa Far Better... "

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Nosso lugar


A gente sabe quando encontra o que procura.

Sabemos mais ainda quando encontramos aquilo que não procurávamos, mas que surge.

A respiração muda, o coração dispara.

Todas as músicas fazem sentido e trazem ao peito calor e aperto,

e os poetas passam a ser compreendidos como apaixonados e sãos.

A gente sabe,

quando nossos sonhos passam a ser de dois,

nossa ansiedade por um toque que alivia a tensão do mundo,

e nosso pensamento a navegar distâncias,

a gente sabe que encontrou o que é nosso.

A vida passa a ter mais calor,
e mais saudade,

passa a ser feita para o reencontro daquilo que até então você não sabia existir,

e que agora,

é tudo que você precisa,

tudo que quer.

A gente sabe quando encontrou, finalmente,

nosso colo,

nosso lugar.

domingo, 18 de maio de 2014

Há tanto aprendi


Eu, esse ser que há tanto aprendeu que a saudade é um sentimento muito real e persistente,

já tenho a ciência de que com ela convivo e posso segurar meu peito.


Saudades da família distante,

saudades do amor que pouco vejo,

saudades dos amigos de cada canto.


Saudade dói mesmo, mas também lembra que na vida existe tanta doçura quanto dificuldades,

tantas alegrias quanto tristezas,

e que certamente,

o lado bom sempre nos preencherá com mais intensidade.


Da saudade, que se faça luz.

sábado, 10 de maio de 2014

O que eu mereço?


Me perguntaram o que eu mereço.

Penso na pergunta, e até entendo.

Mereço o melhor. Mereço quem me entende, quem valoriza meu lado mais humano. Mereço quem vê além de uma aparência, de um corpo que ora lá ora cá muda e se transforma. Mereço quem beba da arte, e saiba o valor e a vida que dela emana em mim. Mereço quem acorde tendo certezas sobre nós, alguém que saiba que somos um time de dois.

Mereço.

Mereço alguém que não precise desesperadamente do mundo sabendo que tem meu amor, mereço alguém que saiba que minha atenção é um presente, doado com o esforço de alguém sempre muito atarefado mas que acredita no que é verdadeiro e no carinho de quem se quer por perto.

Mereço alguém que possa estar buscando a si mesmo, mas que já saiba que encontrou um outro que procurava. Mereço alguém que entenda que o resto é resto, que o futuro é nós, e isso que importa.

Eu mereço aquilo que se esforça tanto quanto eu em crescer, em ser cada vez melhor, e em fazer as coisas acontecerem. Mereço só o que é bom.

Eu mereço sempre mais,

por sempre tentar ser mais.

E respondendo então a tal pergunta,

mereço não precisar correr atrás, e simplesmente saber que cheguei no que queria chegar.

Mereço felicidade,

paz,

carinho,

amor.

Assim vejo o mundo, como tem que ser,

para todos,

por todos.

Querida mãe



Querida mãezona.

Hoje eu consigo ver a loucura que somos. Tão inversos e extremos de um mesmo lado da moeda e do jeito de ver a vida. Tu, essa mulher que usa a razão como maior argumento, arma e defesa contra dores e contra os desafios impostos pelo mundo. Eu, criatura de tamanha sede pelo que é sentir que abusa e usa do coração, muitas vezes até mesmo esquecendo que junto a ele deveria vir uma dose de paciência com o mundo, com o que me rodeia e com a sabedoria da vida.

Ainda assim, tão parecidos!

Tão fortes quanto tentamos expôr, tão frágeis quanto somos por dentro. Da tua razão quase sempre presente tiro aquela sabedoria que me falta no meu jeito de ver o mundo, e encontro meus freios para dar os passos seguintes com a segurança de quem sabe o que faz, ainda que saiba o que sente. Da minha explosão de sentimentos, sei que sentes ternura ao saber que no mundo ainda é possível encontrar um caminho menos duro, menos frio, e que sempre existe um abraço a te esperar.

Mas mais que isso, somos exatamente iguais em um aspecto, e sei que de mim não há como discordar:

Somos intensos.

Intensos no levantar de cada dia, intensos ao tomar as decisões importantes, intensos ao levar para fora o que guardamos no peito. Intensos nas batalhas, nos sonhos, nos desejos. Intensos como só o sangue de nossas veias nos permite ser, essa coisa ancestral que certamente passa por nós e segue adiante com os que virão a seguir. Intensos na hora de sermos felizes, na hora de sermos corajosos, na hora de sermos.

Intensos em simplesmente ser. Isso não se aprende, isso não se conquista. Isso simplesmente se é.

E com essa intensidade é que aprendi a amar as tuas qualidades incomparáveis de mãe. O teu cuidado, a tua garra, o teu colo seguro e a fortaleza com a qual sempre me protegeu. Ao crescer e ver o mundo um pouco mais como ele é, foi essa mesma intensidade que me fez aprender a amar até os defeitos que antes eu não via, e a aprender que aquele apoio que tu sempre fostes, eu posso vir a ser um dia.

Eu te amo, sem tirar nem pôr. Te amo pela correria e pela falta de tempo, te amo pela capacidade de dirigir e agendar reuniões e saber da minha vida e cuidar dos afazeres de casa. Te amo pelo arroz que fica queimado no fundo da panela e pela salada que eu aprendi a copiar e que hoje é a "salada da mamãe". Te amo por toda a gritaria quando eu furava uma orelha ou surgia com um novo rabisco no corpo. Te amo por me consolar quando chorava por repudiar o Shopping Center e te amo infinitamente por aceitar minhas decisões mais difíceis. Te amo mais ainda por saber que depois de todas as tempestades, teu abraço sempre foi o mais acolhedor e seguro. Por me ensinar a levantar a cabeça diante da vida. Por me ensinar que as pessoas podem ser cruéis, mas que existem aquelas por quem tudo vale a pena. Te amo por me ensinar que desistir não é opção, pois esse ensinamento eu levo para minha vida inteira.

Feliz seu dia,

e obrigado por ter dado a minha vida um norte,

e mais que isso,

muito amor!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A nossa dose de amor


Sempre acreditei que deveriamos amar as pessoas que entram em nossa vida sejam quais forem as razões que as colocaram em nosso caminho. Devemos transmitir o amor e servir como veículo para esse sentimento que hoje parece tão gasto e antigo na correria dos dias.

Continuo acreditando fielmente em minha crença.

Mas aos poucos também aprendo, vivendo e observando os outros que o vivem, que mesmo o mais forte amor deve ser transmitido por merecimento. Precisamos dar o amor à medida que as pessoas o façam por merecer. Precisamos doar nossa alma para quem conseguirá compreende-la e aproveitar verdadeiramente o que temos a oferecer dentro do coração.

Para o amor não existe hora, mas as palavras mais bonitas devem ser guardadas para quem sabe ouvi-las,
os abraços mas calorosos para quem vai aproveitar deste calor,
e o colo mais seguro para quem vai dar o seu devido valor.

Amar é esse sentimento belo que tem perdido seu espaço no mundo,
e quem pode espalha-lo, que o espalhe sem medo,
mas em doses certas.

Nos lugares certos,
no momento certo.

domingo, 4 de maio de 2014

Conheça a ti mesmo


Conheça a ti mesmo, e saberá exatamente o que faz a sua felicidade.

Aprenda a observar seus cantos mais cheios de sombra, a entender suas fraquezas e suas facetas mais fortes. Perceba em você novos horizontes, novas manias e possibilidades infinitas.

Para o mundo mudar, primeiro enfrente a si mesmo, fortaleça o que falta e mantenha aquilo que marca o seu próprio reconhecimento, o seu próprio valor.

Então, entenderá que pode encontrar o que quiser.

Nas pessoas,

nos lugares,

nas ambições,

mas acima disso,

há felicidade sempre guardada no seu ponto de vista,

na sua maneira de ser,

e pode ter certeza que, enquanto quiser, serás sempre a única felicidade a jamais lhe decepcionar.

Contagie felicidade,

para ser feliz,

e fazer feliz.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Tô nessa onda de um presente para o futuro


Tô nessa onda de que só quero que permaneça se for pra acrescentar, se for para fazer alguma diferença e me mostrar que existe sempre algo que possa melhorar.

Tô na vibe de quem precisa é de soma, de acréscimos, e de quem segura junto no que for preciso. Caso não o seja, sem ressentimentos, sem dores demais, só vamos seguir em frente com a vida e deixar que ela se encarregue de nos tornar lembranças de um momento passado.

Se a vida é transitória, que seja transitório tudo que veio para ser, e que só fique aqui aquilo que completa, e que nos deixa mais fortes. Que constrói, que almeja e que, como presente, nos dá sinal de futuro.

Sendo assim, para estar para sempre não precisa muito, basta saber usar o momento,

essa vibe,

essa onda.

domingo, 27 de abril de 2014

Que seja o presente nossa ponte


Acredite ou não, o tempo está passando.

Por mais arrastado que pareça, um dia ainda continua atrás do outro, as coisas continuam acontecendo e seu presente continua a se tornar passado.

Quanto tempo é muito tempo quando cada segundo é tempo a menos?

Tudo depende do ponto de vista,

tudo depende do quanto você quer chegar no amanhã,

mas recomendo eu, incerto de tantas coisas e tão focado no que será, que mesmo nesse tempo que se arrasta por querer o futuro, que deleitemos de cada instante, pois continua sendo tempo que passa,

continua sendo tempo que vai e não volta.

O tempo está passando,

acontecimentos se aproximando,

e outros se afastando perdidos no que já se foi.

Que seja o presente então, tempo de se preparar para o futuro que for.

Que seja o presente a nossa arma contra as adversidades e contra a esmagadora pressão de querer alcançar nossas metas e sonhos. Nossa ponte entre o que somos e o que queremos ser.

Se tempo continua sendo tempo,

que seja o tempo de hoje útil para o amanhã.

Picadeer de L'espoir - Capítulo V


"... Ali estava a resposta que esperava, ali estava o que tanto almejou sem saber durante toda a loucura que se instalou em sua vida desde o surgimento do trapezista na sua rotina. Aqueles olhos sinceros refletiam o brilho de todas as estrelas que naquela noite brilhariam diante do amor profundo e sincero entre os dois rapazes desolados pela inevitável separação que se aproximava, impondo que o tempo também passaria para aquilo que mais desejavam... "

. . .

Nada que uma noite de inspiração não resolva. Saindo em primeira mão, o capítulo 05 de Picadeer de L'espoir.

Para conferir o capítulo 05, clique aqui.

Para conferir todos os capítulos já lançados, clique aqui.

Espero que gostem, não imaginava que fossemos nos estender tanto, rsrs.

Boa leitura,

e até breve.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Quando os sonhos nos remetem a lições


Hoje eu acordei dentro do meu sonho.

Estava de volta àquela noite fatídica onde tudo acabou.

Estava mais uma vez me preparando para descer do décimo segundo andar, te encontrar dentro do carro. Dali daríamos uma volta, "umas bandas". Você me diria que não terminaria comigo por saber que era sua última chance. Eu lhe diria que você era o alguém da minha vida, mas que diante daquela situação, eu tomaria a atitude final. E não, você não teria outra chance.

Eu subiria as escadas, e então nunca mais nos veríamos.

Acordei no décimo segundo andar, pronto para te encontrar, sabendo o que aconteceria. Tive a certeza que agora eu poderia fazer diferente, não dizer aquelas palavras, pois agora eu já sabia o que seria do futuro, e poderiamos dar um jeito naquilo.

Agora eu sabia o que deveria fazer.

Desci.

Entrei no carro e lá conversamos.

E então, terminei tudo mais uma vez. De um jeito diferente, lhe desejando boa sorte e garantindo que o futuro realmente lhe abriria outras portas e um outro rumo. Terminei sabendo que logo você estaria longe e lutando por outra coisa que não fosse o amor. No final, eu o agradeci profundamente.

Você me perguntou por que eu agradecia, mas preferi não responder. Lhe dei um beijo na face, e ali nos despedimos, como da primeira vez. Desci do carro, e mais uma vez, nunca mais nos vimos.

Porque repeti o que poderia ter sido diferente?

Lembrei que a vida tem um jeito engraçado de nos provar que ela é cheia de surpresas. E enquanto voltava para o décimo segundo andar, percebi que se nunca tivéssemos quebrado o coração um do outro, eu jamais teria a oportunidade.

A oportunidade de me desconstruir.

A oportunidade de passar por uma experiência terrível.

E a oportunidade de encontrar o meu grande amor, que me esperava em uma outra esquina da vida,

logo ali à frente.

É...

A vida tem um jeito engraçado de tornar as coisas mais incríveis quando menos esperamos, como essa lembrança, esse "largar" o que pensei que era único por algo verdadeiramente incrível, mesmo que na época eu não soubesse disso.

Vida.

Me mantenha sempre com suas surpresas,

com sua sabedoria,

e no seu caminho.

E assim, sigo com todas as minhas certezas sem fraquejar, e se por algum motivo ela me provar errado, é por eu ainda não saber a verdade sobre meu próprio destino.

Amém.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O que carregamos no peito


O maior presente certamente é aquele que levo dentro do peito como lembrança, no fundo da memória, em cada gesto teu, em casa sentimento meu...

O maior presente é aquele que surge quando paro pra pensar no tempo, no futuro e nas infinitas possibilidades. Aquele que quebra o silêncio no tempo e arrasta qualquer dificuldade do caminho, simplesmente pela certeza da felicidade.

O maior presente certamente é aquele que levo dentro do peito como lembrança, e está guardado dentro do teu peito como anúncio de nossos espíritos certamente tornando-se um só.

O maior presente é o "nós" sem vírgulas, sem o ponto final.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Bombas


Não é de hoje que sou um exército de um homem só.

Portanto, continuem jogando as bombas e mantenham o tiro pesado,

minhas muralhas não caem, minha tropa se mantém armada e feroz diante de mais uma batalha.

E se por um acaso do destino eu fraquejar,

é só pelo tempo de respirar.

Keep going.


domingo, 20 de abril de 2014

Chega mais


Chega mais, tira o medo do meu peito. Enche de amor, enche dessa incompreensível loucura de não controlar a mim mesmo.

Chega mais, fala que é para sempre, me diz que não temos essa coisa de contagem regressiva para o fim do interesse, da beleza de ter a mim, em ti. Me diz que não tem pressa, e que nada vai mudar. Diz que o tempo não conta pra gente, que é só um detalhe antes da felicidade.

Me diz que o destino é esse mesmo, e que você quer tanto quanto eu. Me diz que o amor pode ser a coisa mais bonita em uma vida, mesmo nesse mundo em que vivemos. Assim quem sabe me tira a pressa, me acalma e apazígua, me faz ter a certeza de que faço o certo sem medo de não ter onde chegar.

Chega mais,

me manda um papo,

um simples gesto,

da nossa verdade,

mil vezes se necessário.

Me lembra de que és meu,

que sou teu,

e que nesse chega mais,

o chega é pra ficar.

sábado, 19 de abril de 2014

Picadeer de L'espoir - Capítulo IV


"... Do seu lado, o jovem trapezista dançava e sorria. Os olhos brilhavam diante de toda a alegria, e mais de uma vez, ao cruzar o olhar com o do homem que estava ao seu lado, era perceptível o encantamento que havia entre aquelas duas almas tão diferentes... "

. . .

Capítulo um pouco mais curtinho, mas a história toma rumo daqui para diante, e senti que ele precisava acabar onde acabou. Espero que gostem.

Para conferir o capítulo 04 da história, clique aqui.

Para conferir todos os capítulos já lançados até agora, clique aqui.

Um de dois


Coisa boa é quando todas as poesias se transformam, e todas as músicas de amor passam a fazer sentido.

Quando todos os pássaros parecem entoar um mesmo clamor, e todo o vento parece trazer aquela doce lembrança e expectativa do futuro.

Coisa boa é saber que existe um abraço que encaixa no seu,

um beijo que encaixa no seu...

Quando a vida imita as histórias,

e ascende o farol de um porto seguro.

Coisa boa é saber que enquanto o para sempre não chega, doces são os sonhos que povoam meu sono, e belas são as memórias que me mantém acordado.

Coisa boa,

Essa história de ser um de dois.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Um jovem velho espírito


Tem horas que me sinto um espírito velho demais para a agitação da vida mundana, e um homem jovem demais para ter a tranquilidade de levar a vida como ela é.

Um espírito sábio, e um jovem que ainda está por aprender as sabedorias da vida.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Sábio tempo


Quando me sinto meio perdido no vento e tenho a impressão que tudo tem dado certo mas ainda assim não me satisfaz, respiro profundamente e tento fincar meus pés no chão.

Faço força para lembrar que na vida preciso planejar, preciso organizar, preciso, mesmo sendo da minha maneira sonhadora, de foco e determinação para chegar nos meus objetivos. Preciso dizer a mim mesmo que o faço dessa maneira para não existir um jeito de dar errado, para saber que vai chegar a hora certa e quando acontecer vai ser para valer. Sem derrotas, sem um imprevisto que nos deixará no chão.

Observo as coisas fluindo, o sucesso chegando, minha balança equilibrando, e mesmo assim o coração sente que tudo que dá certo poderia dar certo de um jeito melhor, se assim o fosse. Mas não.

É preciso ser sábio.

Ser sábio é ter a consciência de que só vai acontecer se houver a paciência, o cultivo, e o cuidado necessário para nenhum vidro se quebrar.

Ser sábio é saber que se as coisas são verdadeiras, sabem aguentar o que for.

Ser sábio é compreender dentro de mim mesmo que o inimigo tempo é o meu maior aliado, pois é nele que todas as verdades vão ser ditas, e que todos os sentimentos verdadeiros vão criar suas raízes e suas bases.

Ser sábio é saber esperar enquanto se cresce,

e crescer enquanto se espera.

sábado, 12 de abril de 2014

Fases de nós


Toda fase é fase,

todo o tempo é tempo.

Quantas vezes achei que ia perder, e ainda estou aqui? Quantas derrotas admiti, sem saber que estava longe do fim? Por muitas vezes achei que as dores seriam impossíveis de suportar... Mas cá estou, com o coração cheio e com tudo aquilo que achava que hoje seria passado vivo e transbordando de cor dentro do peito.

Quantas vezes ainda vou abrir estes livros? Sentir este cheiro? Observar as estantes e a madeira gasta dessa velha cadeira? Quantas vezes estarei sentado nesse mesmo lugar, e em quantas situações diferentes assim o farei? E o ano que passou já está tão lá atrás, e aquele antes desse, quem sabe? Quantas vezes estarei nesse mesmo lugar, pensando em você?

Quantas fases por ainda chegar... Quanto tempo por ainda passar... E quem estará lá quando tudo mudar?

Toda fase é fase,

todo o tempo é tempo,

e que tenham mil fases do que é verdadeiro, contanto que o seja.

Que tenham mil fases de eu.

Que tenham mil fases de você.

Mas mais importante,

que tenham mil fases,

de nós,

por nós.

E que toda fase até lá,

seja fase...

De amor,

de saudade,

e de encontros.

Toda fase é fase,

e todo o tempo,

é tempo...

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Minha diferença


Interessante é que minha essência se mantém.

O mundo pode mudar, as coisas podem ser diferentes e as pessoas podem surpreender,
mas ainda assim prefiro não fazer parte quando não me convém, quando não me trás
a sensação de que estou no caminho certo para minha paz e meu sorriso.

Minha essência fica, e quando não me sinto parte do mundo, até sorrio por saber
que na minha diferença está minha maior conquista, e a minha maior paz de espírito.

Por fim, sou desses que prefere andar na luz simplesmente por saber que
na sombra não é meu lugar.

Passarinho


Voa, passarinho, voa.

Mesmo com todas as gotas de chuva, voa.

Mesmo com a tempestade se aproximando, voa.

Voa, passarinho, voa.

Voa para seu lar,

voa para seu lugar...

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Picadeer de L'espoir - Capítulo III


"... As vezes aquele silêncio que nos obrigamos a respeitar de nada adianta para camuflar o inevitável, mas ainda assim nós o mantemos. Por medo ou inconsequência preferimos seguir por um caminho menos extremo e mais seguro, fingindo que assim estamos poupando a nós mesmos de sentir dor e de ter que lidar com o perigo da intensidade e do ardor de algo verdadeiro... "

. . .

Para conferir o Capítulo 03 de Picadeer, clique aqui.

Para conferir todos os capítulos já postados deste conto, basta clicar aqui.

Talvez o próximo capítulo ainda demore um pouco, por inúmeras questões. Então, aproveitem a história e em breve trago novidades.

Deixa brilhar


Já não aceito mais existir sombra tampando meu sol,

já não aceito mais existir amarra prendendo meus pulsos,

já não aceito mais não ver as minhas estrelas.

Deixo livre a luz que sei que posso emanar, a cor que sei que posso ver e a imaginação que tira meus pés desse chão que todos deveriam pisar.

Deixo a mim mesmo ser feliz,

com a energia de saber o que faço,

pois é só o que mereço.


E assim, longe de toda a escuridão deixo meu melhor eu entrar,
e suas luzes brilharem.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Eco



Angústia é perceber que a gente não pode fechar a porta para o mundo quando bem entender. É ver que aqui a gente cuida do nosso próprio umbigo, mas que outros se dispõem a fazer o mesmo para você. É compreender que todos estão preocupados demais com os erros e acertos do próximo para saber lidar com suas próprias vitórias e derrotas.

Angústia é saber que você faz eco em tudo e em todos, e que não importam mil acertos, seu erro sempre vai gritar mais alto.

Sendo assim,

deixo a angústia no canto,

e aceito meu sorriso após a tempestade, sem a culpa de não ter o olhar para dentro de mim mesmo, sabendo o que fiz e deixei de fazer, sabendo o que pode e não pode se repetir.

Agora, mundo,

aprenda com você mesmo,

pegue suas energias e leve para longe,

bem longe do meu sorriso,

bem longe de mim.




domingo, 6 de abril de 2014

Torto


E me falam para ser grande, crescer na vida, fazer sucesso, encontrar as pessoas certas e construir um império. Me falam para fugir da simplicidade, do pequeno, do tranquilo, e que só sobrevive aquele que anda por um caminho mais ambicioso que o dos outros. Tenho que fazer a sacada de mestre, tornar de minha alma livre o grande empreendedor, o um entre o um milhão.

Enquanto isso, cresço singelo, com meus pequenos planos onde a felicidade não precisa de muito, só aquilo que me faz sorrir...

E assim, me pergunto se não cheguei no lugar errado, onde a felicidade está intimamente atrelada ao valor de até onde eu consigo chegar, e não daquilo que eu consigo ser...

E me falam todas essas coisas,

e eu penso que me sinto cada vez mais torto por querer tão pouco.

E seguem meus maus costumes...

Segue essa mania torta de sonhar acordado.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Tudo leva a dose certa


Tudo que é bom exige empenho para perdurar.

Tudo que é concreto demanda esforço para construir.

Tudo que é sincero caminha devagar e sem pressa.

E tudo que vem para ficar leva o tempo que for necessário para se tornar eterno.

Picadeer de L'espoir - Capítulo II



"... O rapaz, ainda sentado, observou o homem que estava à sua frente. O observava com os mesmos olhos com quem pedia os aplausos no picadeiro. Aqueles olhos... Pareciam duas janelas para uma alma muito maior do que aquele corpo poderia carregar. Olhos grandes, que refletiam o mundo inteiro... "

. . .

Não tenho um dia certo e nem pretendo ter um dia certo para a postagem dos capítulos. Acredito que os intervalos entre um e outro podem variar de poucos dias até quem sabe uma eternidade. Mas de qualquer forma, para quem começou a ler e se interessou pela história de Effrayé e seu mais novo fascínio pelo circo, pode conferir o Capítulo 02 desta narrativa clicando aqui.

Para conferir todos os capítulos já lançados de Picadeer de L'espoir, basta clicar aqui.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Um instante


Em um instante tudo muda.

Um instante é o suficiente para o início de uma história e de uma vida. O suficiente para perceber como o vento sopra, como as coisas são transitórias.

Também é o suficiente para algo chegar ao fim. O suficiente para um adeus, para uma mudança, para o fechar de um livro.

Um instante muda muita coisa.

Quem estará lá para segurar sua mão... Naquele instante em que tudo se transformar?


segunda-feira, 31 de março de 2014

Picadeer de L'espoir - Capítulo I


            “Eu ainda lembro da noite em que o conheci. Ainda lembro da noite em que tudo mudou, em que o coração bateu mais forte, em que a poesia criou seus sentidos e o mel seu sabor. Eu ainda lembro quando encarei os seus olhos pela primeira vez, mesmo que tenha sido só eu...
            ... Eu ainda lembro-me de como tudo começou. “

. . .

Picadeer de L'espoir é um breve conto que resolvi escrever em um momento de inspiração. Apesar de estar em fase avançada ainda não está pronto, mas apesar disso, sinto a vontade de partilha-lo com quem se interessar. O conteúdo pode não ser recomendado para todos os públicos. É uma história que, acredito eu, se aproxime do gênero romance, e depois de muitos anos é uma tentativa particular de dar vida a personagens que surgiram em pensamentos soltos. Por ser um conto extenso o dividirei em capítulos e os publicarei neste blog. Aqui no resquícios, postarei somente o aviso de atualização para os interessados.

Espero que seja uma leitura agradável.

Até mais.

PS: Clique aqui para ser levado diretamente ao capítulo 01.

domingo, 30 de março de 2014

Quem seria eu?


E quem seria eu se não soubesse falar do amor?

Quem seria eu se não soubesse jogar nas minhas palavras tudo aquilo que já senti, que sinto, que quero pra mim?

Quem seria eu se não soubesse, na mais pura das formas, explodir de dentro para fora?

Quem seria eu se não soubesse dizer o amor... Sentir amor, crer no amor?

Quem seria eu se não...

Então,

tranquilamente,

eu sou.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Sou onda


Se a minha onda corre, frenética, sem perder sua força ou desfazer-se na maré, quem sou eu para descer e procurar um outro momento oportuno?

Se as coisas dão certo, mesmo que longe das praias em que gostaria de estar, quem sou eu para dizer que não devo aceitar a corrente e agarrar minhas oportunidades como sempre o fiz?

Se meu lar está longe, mas a sorte aqui, quem sou eu para virar as costas e querer algo diferente?

Para meu lar distante,

que o mar um dia me carregue.

Até lá,

continuo com a força brutal de onda prestes a quebrar, segurando com convicção nos acasos que aparecem, e na sorte que sorrir.