segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A culpa que eu deixei no chão


Há pouco deixei de tentar entender o mundo. E isso me faz tão bem, me faz tão pleno.

Ao aceitar que eu realmente não vou compreender todos os caminhos misteriosos que o destino me oferece, que eu realmente não vou entender o que acontece dentro do meu peito, expurguei a culpa que sentia por ser uma pessoa tão emaranhada dentro da minha mente, dentro do meu coração.

Estou inclinando a mim mesmo para apenas aceitar que tudo que me faz bem, faz bem. Que aquilo que não posso resolver agora, não será pensado agora, e que tudo que tiver que acontecer pode ser que aconteça, e que se acontecer, será para meu aprendizado e um passo a mais para a plenitude.

Ao expurgar essa culpa, percebi também que as decisões são mais claras em minha mente. Podem não ser convicções poderosas e pode ser que o coração as abale em momento futuro, mas a verdade é que a gente sempre sabe quando estamos em uma das ondas boas, e eu definitivamente me encontro no topo de uma dessas que nos fazem sorrir, que nos confortam.

Pode ser que, para dar o valor completo as experiências de minha vivência, eu ainda destrua muitos castelos para poder reconstruí-los, mas finalmente, depois de muita lágrima derramada, estou aceitando que as vezes os estragos são todos necessários para construir bases mais firmes. Não para o mundo, mas para mim mesmo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Fogo



Dias que o mundo fala por nós. Que os livros transcrevem nossa vida, que a música explora nossa alma. Que os raios de sol refletem em nossa tez e tudo parece mais fluido.

Dias que eu me sinto cada vez mais eu mesmo, cada vez menos o que esperam de mim, e cada vez mais satisfeito.

Perceber que não preciso de fogo ardente para caminhar ao meu lado, por já ser eu mesmo chama que queima por si só, que pode doar-se, que não precisa de suportes e alicerces externos senão aqueles que sempre saíram do meu modo de existência.

Perceber que não preciso de uma explosão de emoções junto a mim, por ser eu mesmo explosão, e assim, saber que cabe a mim ser doado, sem medo de faltar-me mais tarde.

Dias que o mundo fala por nós, e grita o tamanho da força que as vezes nós mesmos não percebemos ter.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Ah... Seja como for, só seja


Ah, o amor.

Quem dera fosse uma simples fórmula de A+B, quem dera fosse tão claro quanto o branco no preto. O amor é mais que entrelaçar os dedos e as noites em claro entre as quatro paredes. O amor não se limita a duas pessoas e seus preceitos e condições para com o mundo.

Ah, o amor.

O amor que cada vez mais entra em foco, o verdadeiro amor, aquele sem regras, sem pudores, sem certo e errado. O verdadeiro amor, aquele que simplesmente se deixa acontecer, sem apontar os dedos como se fosse erro, que simplesmente flui e nele cria suas próprias regras, o amor desbravador que é e sempre será o amor, aquele que hoje mal é entendido perante todos os ditos sociais.

Deixe acontecer amor, como for, como vier, e ria dos acasos que ele mesmo cria. Deixe acontecer o amor em dois, em três, em mil, desde que sempre e indubitavelmente seja amor em toda a sua essência.

Ah, o amor que nos faz concluir que nada sabemos senão que temos que aprender a rir da vida e entrar em suas ondas, sejam quais forem, e amar em todas as suas formas, além do pequeno entendimento humano.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O mundo não foi feito para as grandes jornadas


O mundo não foi feito para a gente ter tudo, para querermos sempre além daquilo que podemos abraçar. Para onde torno meu olhar, vejo pessoas recitando como uma poesia antiga e hoje tão desconhecida pela minha geração que "perdemos o melhor de nossas vidas enquanto estamos olhando para o lado".

Talvez a felicidade, como recitam eles, esteja de fato nessas pequenas coisas, nesses pequenos momentos. No trabalho que tem dado certo, nas visitas corriqueiras aos preciosos amigos mais chegados, ao final de tarde escolhendo um filme a dois, na família que criamos e com quem desejamos trilhar nosso caminho.

"A felicidade está naquilo que temos enquanto queremos o mais e o diferente", também dizem. Dizem eles que o amor de fato existe, mas não como o percebemos. Que a importância está no companheirismo, na capacidade de fazer um pouco do seu dia ser sempre especial, na entrega de uma parte de você a outrem, mas sem se perder nesse processo.

Estaria a felicidade plena escondida sempre em sua moderação? Quando é extrema, queima rápido e se esvai, estaria ela então nessa moderada dosagem de alegrias diárias?

O mundo não foi feito para a gente ter tudo, e é grande demais para assim o querer.

Não há erro



Talvez existam momentos na vida de todos nós em que não conseguimos prever nossas próprias ações diante de determinadas situações. Quem sabe são estes momentos que definem a verdade: O que sentimos, o que queremos, o que temos vontade de fazer acontecer. Chego a conclusão que o mundo é muito vasto, como são também os sentimentos, e que é exatamente por isso que jamais devemos medir e comparar cada detalhe único de uma vida. Não comparar pessoas, não comparar lembranças, boas ou ruins.

Quisera eu entender com plenitude cada momento, cada batida que existe dentro do peito. Quisera eu responder minhas perguntas e mais que isso, as perguntas de quem me vê por fora. Mas talvez seja este um daqueles momentos em que não sabemos o que esperar. Não cabem decisões, e não importa a quantidade de palavras gritadas, o único jeito de deixar as coisas se resolverem é simplesmente deixa-las fluírem. O que tem que ser dito será dito. O que tem que ser sentido será sentido, o que for rompido ou reatado assim será, e como sempre, o que tiver que acontecer vai acontecer.

Em todos os furacões, só tenho lembrado constantemente do que foi dito uma vez pelo pai que hoje sei também ser um conhecedor da vida: "Deixe o coração seguir, pois você só deve a felicidade a ti mesmo."

Na vida não há erro diante do coração se não o de ignorar suas verdades, seus diálogos e desejos.

Deixe o coração seguir... E o resto se resolve.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Roda do mundo


Perdemos muito tempo complicando, exigindo, tentando girar a roda do mundo ao nosso favor, quando na verdade só o que podemos fazer é deixar acontecer e acreditar que a nossa felicidade é sempre certa. Não devemos a ninguém senão a nós mesmos os sorrisos e a felicidade no coração.

Deixar a roda girar, e a vida acontecer.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Machinarium


Fico esperando o dia em que eu me ajeite, que saiba colocar os passos em sincronia. Fico esperando o dia em que conseguirei mais uma vez apertar o botão que me deixará aproveitar o progresso que tenho feito em minha vida.

Fico esperando o dia em que vou entender que a terra gira, que as folhas caem, e que os sentimentos não devem se sobrepôr as nossas conquistas diárias e nosso sorriso verdadeiro. Sorriso verdadeiro, não aquele que sobrepõe o desespero de quem já não sabe mais controlar a montanha-russa nas entranhas e as conexões nervosas que piscam dentro daquele canto do cérebro que precisa parar para recolocar as peças no lugar.

Fico esperando o dia em que meu óleo será renovado, que as juntas vão se desprender, que as amarras vão cair e que vou voltar a saber tirar os pés do chão sem rasgar-me por dentro.

Fico esperando o dia em que as engrenagens vão voltar a girar.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Emergências do peito



Eu sei que a culpa da minha felicidade é só minha.

Eu sei que se eu não for atrás, as coisas não vem sozinhas.

Mas tem horas que não tem como correr.

E tem horas que nosso coração é tão confuso,

que nem sabe mais o que precisa para funcionar.


Quando a felicidade precisa de socorro,

quem socorre quando não alcançamos nosso próprio entendimento?

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Minutos para o ano novo



Faltando tão pouco tempo para o ano novo, percebo que de todas as lições deste ano, tem uma que foi mais forte e mais intensa que todas as outras.

A vida dói, não é como queremos, e ainda assim, a arte de viver é extremamente reconfortante.

Sentir a dor de viver um dia depois do outro é a maior dádiva, o maior presente, e a maior carícia celestial que podemos receber.

Que o ano que chega, doa. Dolorido que seja, seja doce, sempre doce em perfeita harmonia de tristezas e extremas alegrias.

Venham desencontros, e mais importante, reencontros com o mundo.

E então, veio,

Feliz ano novo.