segunda-feira, 29 de julho de 2013

3 esperas


Não espere o que não vem,

não fuja do que chegou,

não corra para o que se foi.

Se antes, hoje.



Se antes palavras povoassem meus sonhos, e fizessem deles doces certezas.

Se hoje certezas, feitas das atitudes e poucas palavras.

Dos sonhos, suspiro. Da atitude, mudança.

Antes mudando, do que só.


domingo, 21 de julho de 2013

Aceitar



Chega um momento na vida que a palavra certa para livrar a nós mesmos da culpa é "aceitar". Nos deparamos com a realidade simples e desembaraçada de que devemos aprender a aceitação. Não falo do "aceitar as coisas como elas são", não da maneira pesada com que essas palavras caem em nossa mente.

O Aceitar é essencial, a todo o tempo, em qualquer lugar, sobre o que for.

Devemos aceitar nossas escolhas, independente de como seriam as outras alternativas, precisamos abraçar nossas decisões, mesmo que possam ou não ter sido as mais corretas, afinal, não há juiz mais rigoroso em nossas vidas do que nós mesmos. Não existe nada pior do que se apegar a culpa de suas escolhas. Também devemos aprender a aceitar as escolhas dos outros, já que chegará o momento onde eles farão isso por nós. Devemos aceitar que o coração é livre para sentir como bem quiser, e que não importa o quanto nosso cérebro grite, o peito ainda vai seguir suas próprias vontades, que nem sempre serão as mesmas da razão. Devemos aceitar que somos imperfeitos, e agarrar com força a realidade de que podemos sim errar, tropeçar, e cometer nossas gafes. Não há pior erro do que o de não aceitar que podemos ser imperfeitos e que nem sempre nossas atitudes vão ser dignas de aplausos. Pensando assim, também devemos aceitar que devemos rir desses mesmos erros, do coração e das escolhas, independente de seus resultados. A vida por sí só nos lembra de seu peso, e não precisamos de carga extra criada por nossos próprios sentimentos.

Por fim, devemos aceitar que tudo muda o tempo todo, e que as coisas sempre irão se encaixar, agora ou depois. Enquanto isso, devemos aceitar que é permitido aproveitar o que temos em nossas mãos, sem achar melhor ou pior do que aquilo que passou e do que está por vir. Apenas (e por incrível que pareça, é simples!) aceitar que não podemos passar pela vida sem abraçar tudo aquilo que o universo nos manda, a hora que mandar.

O importante não é que as coisas venham e aconteçam, e sim, que tudo aquilo que vier e acontecer, seja recebido de braços e coração abertos.

sábado, 13 de julho de 2013

Em um mundo utópico


Que bom seria poder aliviar com nosso toque os problemas de quem queremos bem. Que bom seria poder repousar aos outros em nosso colo, e fazer com que as coisas ruins se afastem, com que a solidão se desfaça, com que os anseios se dissolvam no ar.

Que bom seria dizer que tudo vai ficar bem, que as nuvens negras passam, e que poderemos fazer promessas com a certeza de que se cumpram. Que bom não decepcionar, nem deixar que aos outros decepcionem. É... Seria incrível um mundo onde nossos queridos não sofressem, um mundo onde os pais seriam sempre impenetráveis barreiras de maturidade, os filhos não deixassem que os acasos da vida tirassem de seus olhos o brilho da juventude e das descobertas, e os amantes fossem eternos apaixonados mesmo diante das inúmeras adversidades.

Um mundo utópico onde não teríamos nossos problemas, nossos anseios, medos e dúvidas. Um mundo de certezas e das mãos estendidas para resolver a dor do próximo.

E mesmo assim, acima de tudo, ainda temos as nossas boas intenções, e o desejo de ajudar, mesmo que lá no fundo também estejamos a espera de socorro.

sábado, 6 de julho de 2013

Árvores


E vão se acomodando, cada qual em seu canto. Constroem-se em torno de suas pastagens distantes. As raízes, aprofundando no solo fértil. O tempo passa, e o que antes era levado pelo vento, mudando de direção conforme sua boa vontade, hoje torna-se árvore, ostentando todo o poder de estar e permanecer.

Antes tão perto, cada vez mais distante.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Escrita aberta


E se por algum momento eu deixo de escrever, é por esta ser a hora onde preciso deixar os sentimentos fortes apagarem sua chama. Escrever me faz lembrar, me faz trazer de volta o ar para os pulmões das emoções encobertas mas intensas, dos doloridos sentimentos e vontades proibidas, impossíveis. Deixar de escrever é tornar-se menos vivo, e também, deixar as feridas cicatrizarem. Chega uma hora que escrever dói, e é nela que eu me recolho ao cinza de uma mente que não tem mais forças para alçar voo. Deixar de escrever é dar um tempo para o coração, sentir o ameno, apagar o intenso, e estampar o velho sorriso no rosto de quem tem o controle de seus passos.