Sei que um dia não estarei dividido, não estarei preocupado em não sentir a plenitude de estar completo, por inteiro, em meu lugar no mundo.
Sei que um dia não vou querer mais correr, agarrar o desconhecido. Apenas estar satisfeito, estar... Pleno.
Sei que um dia eu vou entender o que acontece, o que explode dentro do peito, e que um dia as cores estarão claras e menos misturadas, com menos medo, menos pé fincado no chão procurando forças que nem sempre tenho, ou convicções que são mais para o mundo do que para aquilo que sinto.
Enquanto isso, aceito a mistura de vibrações, pulsações, medos e sensações... Ou tento. Aceitar.
Acho que esse mistério é o que move meus pés, essa angustia de querer chegar ao meu lugar, mesmo sem saber o que fazer para chegar lá... Onde chegar. Talvez os motivos que me movem, de fato, não sejam os mais sãos, mas tenho aprendido que o importante é acreditar que nossos pés estão nos levando a qualquer caminho, a qualquer história, a liberdade que o peito tende a desejar.
Liberdade de me prender onde eu quiser.
Que um dia, saberei que minha história sempre foi minha, e que no fundo de mim mesmo, nunca tive o que temer.