terça-feira, 26 de novembro de 2013

As portas que já não consigo mais abrir


Tem portas que não consigo mais abrir.

Tem palavras que morrem na garganta.

Angústias que explodem no peito, e que ficam proibidas de sair dali.

O que já me fez bem, vira corrente. O que já me fez mal, vira grade.

No fim, o que era bom, o que era ruim, o que fica perto do peito ou longe só ajudam a fazer de mim mesmo uma jaula, com barras e portas.

Portas que não consigo mais abrir.

sábado, 16 de novembro de 2013

No fundo de mim mesmo.


Sei que um dia não estarei dividido, não estarei preocupado em não sentir a plenitude de estar completo, por inteiro, em meu lugar no mundo.

Sei que um dia não vou querer mais correr, agarrar o desconhecido. Apenas estar satisfeito, estar... Pleno.

Sei que um dia eu vou entender o que acontece, o que explode dentro do peito, e que um dia as cores estarão claras e menos misturadas, com menos medo, menos pé fincado no chão procurando forças que nem sempre tenho, ou convicções que são mais para o mundo do que para aquilo que sinto.

Enquanto isso, aceito a mistura de vibrações, pulsações, medos e sensações... Ou tento. Aceitar.

Acho que esse mistério é o que move meus pés, essa angustia de querer chegar ao meu lugar, mesmo sem saber o que fazer para chegar lá... Onde chegar. Talvez os motivos que me movem, de fato, não sejam os mais sãos, mas tenho aprendido que o importante é acreditar que nossos pés estão nos levando a qualquer caminho, a qualquer história, a liberdade que o peito tende a desejar.

Liberdade de me prender onde eu quiser.

Que um dia, saberei que minha história sempre foi minha, e que no fundo de mim mesmo, nunca tive o que temer.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Diário de bordo de uma madrugada itinerante


Eu não faço ideia para onde a vida pretende me levar, mas tenho certeza, toda a vez que estou sentado esperando o próximo ônibus em uma rodoviária qualquer ou o embarque para o avião em um desses tantos aeroportos, que no meu caminho ainda tenho muito a descobrir, muito a conhecer, muito a enfrentar, a amar, a me decepcionar, a me redescobrir e a seguir deixando que os ventos, chuvas e trajetos me levem cada vez mais alto enquanto busco o que eu certamente ainda não encontrei. Enquanto isso acontece, respiro fundo o cheiro das gotas de chuva que caem nas velhas paradas, nos bancos gastos desse caminho qualquer, de madrugadas de sono e inspirações profundas da vida de estrada que sempre escolhi e que me faz sorrir. Hoje, mais um ônibus, mais uma viagem, mais um inspirar e expirar de coisas novas e do mistério incrível que guarda meu futuro. No fim, sempre fico feliz por estar no meu lugar e saber que, na minha vida, sou o protagonista de grandes e belas histórias.

Na minha vida de artista


Que o sucesso venha doce, que a arte venha plena. Que a arte de fazer arte venha plena!

Felicidade é saber que nossos talentos transformam o mundo, e que o mundo transforma a gente.

Não somos perfeitos, temos nossas dúvidas, nossas inseguranças, nossas histórias de amor e medo mal resolvidas, mas ainda assim, fazemos o sorriso, transformamos a tristeza em aplausos, e a dor em doces alegrias!

A vida de artista tem seu toque peculiar, tem seu toque especial que poucas vivências tem a oportunidade de proporcionar. Para o artista, para seu público, e para todos os sentimentos que envolvem a estranha magia do palco.

Que viva, que vivo, enquanto palco, enquanto artista, enquanto gente.

sábado, 9 de novembro de 2013

Não


Um não que mudou o mundo. Meu mundo.

Que sejamos em nós


Que o coração não pare de sonhar, não pare de sentir a energia que precisa para ser vivo. Que a alma possa voar sempre para onde entender, mas que não deixe vazio o lugar onde deveria estar.

Que as histórias sejam todas bonitas, com fim ou não, e aquelas que não, que tenham o melhor dos fins, quando possível. Que nos livros, estejam as lágrimas de alegria e coragem, e nunca da solidão e da dor... E se dor, que seja a dor que nos fortalece a cada dia.

Que os laços se apertem, que os nós se desfaçam, mas que nunca deixe de existir a beleza nos encontros e desencontros.

Que os desafios venham, e com choro ou sem, que sejam vencidos, superados e guardados como sabedoria pela mente.

Que o coração encontre a paz, onde for, perto de quem for, e que o sorriso seja sempre constante, na maior de suas verdades.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Mais longe que a mente


Tenho que admitir que a mente tem sim um limite para aguentar e armazenar o que acontece em nossos dias. Como aquele eterno andarilho que viajava buscando um sentido para as coisas que um dia fui, tenho sentido falta de parar, sentar, e pensar nessas razões que eu buscava, e que raramente chegava a resposta alguma. Nunca imaginei que o fato de não ter tempo para sentir a falta de alguma coisa, mesmo que eu nunca soubesse o que era, fosse me fazer falta. Não a coisa, o tempo... Tenho falta de ter tempo para buscar algo, de imaginar tantos futuros, e nenhum. Tenho falta de não saber quem vou conhecer ali na outra esquina, e falta do nó no estômago de quando chegava a um novo capítulo, uma nova história.

Nunca imaginei que virar gente grande significaria abrir mão da inconstância que sempre gostei de ter como marca forte da personalidade que me fez sempre encarar tanta coisa de frente. Nunca imaginei que virar gente grande fosse não ter mais o tempo que me era permitido para escrever, para sonhar, ou até mesmo para me reinventar naquilo que tenho vontade. O que aconteceu com as histórias que eu escrevia, com as danças que fazia, com o tempo que me concedia frutos na mente para aguar e cuidar? Corro tão rápido que tudo que lembro cabe nos bolsos da minha mochila e nas linhas da minha agenda. Hoje, amanhã, mês que vem, e mais. Só o que guarda a mente dessa pessoa da qual me orgulho, mas tenho medo, é o próximo compromisso do dia.

Falta do meu coração que sempre conseguia ir mais longe do que a mente era capaz de alcançar.

Oportunidade de fazer o bem


Acho que no fim do dia, o que importa é que aquele que tem o coração puro sempre estará perto de pessoas que sabem amar, e que são humanas o suficiente para lembrar que nesse mundo, gente é gente, e que o mais importante é, no fim das contas, não ser alguém recheado de coisas vazias, mundanas, ou mesmo, recheado de trevas e mesquinharias de quem precisa esquecer que é gente pra ser feliz. Pena desses desafortunados, que vagam pela vida gritando para serem ouvidos, pois ainda não sabem que a verdadeira palavra não precisa ser bradada em fúria para ser compreendida. Para nós, que ainda usamos o que veio dentro do peito, basta continuar a distribuir o amor que, felizmente, nos foi ensinado, para ser passado adiante. Dar a oportunidade para quem precisa, ser generoso só por ser, e ter a ciência de que a maior parte do mundo já não entende o que é isso, e que as palavras bonitas costumam ser da boca para fora, para enfeitar o que falta no peito.