segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ausências presentes


Ausências tão presentes que estão na chuva que cai lá fora, no tempo que esfria, nas palavras lidas e dentro do peito.

Dizem que para existir um futuro devemos sempre fechar as portas do passado e deixa-lo para trás, mas o que seria de nós sem nossa história? O que seria do homem sem os calos de sua trajetória? O que seria dele sem aqueles a quem outrora deu as mãos?

Ausências tão presentes, em cada som, em cada gesto, em cada memória. Algumas que nos fazem rir, outras que tornam o suspiro pesaroso, mas sempre presentes.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mar


E até as águas mais salgadas guardam a beleza e a doçura das profundezas submarinas... Seria o coração como o mar, profundo, guardando mistérios a serem desvendados?

Sendo assim, sou mar.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Se ficar muito difícil


E se por um acaso ficar muito difícil,

fecho meus olhos e começo a sonhar,

com lugares melhores e gente de coração aberto,

com cor, música, e o vento a soprar da praia e do mar azul.

Se por acaso ficar muito difícil,

fecho os olhos, e deixo o coração divagar.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Ex

Definir o que sobra de um relacionamento após seu término, e o que é aproveitável ou não ali, vai ser sempre um mistério para mim. Um relacionamento parte do amor, do interesse entre duas pessoas dispostas a pensar em um futuro, pelo menos é isso que me disseram. Descobri que também existem relacionamentos que existem por existir, relacionamentos que existem para nos fazer crescer, relacionamentos que são para sempre... E a grande parte dos relacionamentos, que são para sempre até chegar ao fim. O que sobra?
O que acontece com todos os planos, com todas as expectativas? Quem foi que inventou essa regra de que o “clima” que paira entre duas pessoas que um dia estiveram juntas fica estranho, intragável, insuportável? O que aconteceu com toda a harmonia entre duas pessoas que um dia se conheceram tão bem sentimentalmente e carnalmente? De íntimos, passamos a ser meros conhecidos com histórias borradas, cicatrizes mal cauterizadas... As fotos são deletadas ou guardadas em algum lugar escuro, os presentes na estante tem histórias mudadas, origens embaralhadas de modo que não lembrem mais seus reais propósitos. Afinal, quando o relacionamento chegou realmente ao fim?  Quando o casal termina uma temporada juntos? Acho que aquele clima após também deveria ser considerado parte do relacionamento. O desapego.
O desapego é aquele momento estranho, e ainda mais estranho quando o convívio ainda permanece constante. É mais fácil quando existe raiva, ódio, e quase insuportável quando quase não há mágoa. Nesse segundo tipo vêm as dúvidas: Será que realmente não era o certo? Será que não existe uma chance? Será? Será?
Defina intensidade de amor. Não houve amor o suficiente? Houve amor demais? O que realmente deu errado? Porque o coração não bateu mais rápido na hora certa? Em que momento o caminho trilhado se tornou dois, e o mundo já não fez mais sentido daquela maneira? E as alianças? E as noites de amor? E a futura casa? Os futuros filhos? Coitados, não vão existir. Não daquele jeito.
Deve existir algum lugar para onde vão todas aquelas coisas planejadas, todos os sonhos a dois, todas as expectativas de um casal no momento em que tudo termina. Será que depois, conseguirão aquelas duas pessoas, antes tão uma, partilhar de um momento a sós sem uma cachoeira de lembranças, sem as perguntas que nunca vão ser respondidas? Sem tantos “serás”?

O que sobra de um relacionamento que chega ao fim?

. . .

Retirado do fundo da pasta de 2013, escrito em algum momento próximo a março.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Nós, moribundos do mundo



Esse era para ser um texto lindo e poético, pois minha energia está tão alta e com uma vibração tão boa que tudo deveria ser despejado em palavras. Estranhamente, com essa sensação calorosa no peito, nada me vem a mente que possa ser jogado nas linhas a serem escritas.

Portanto, só fica aqui a constatação que o bom humor é necessário, para rir dessa estranha certeza que nós, homens do mundo temos sobre as milhares de coisas em nossas vidas. Estamos todos caminhando inseguros e cambaleantes pelo caminho em direção aos nossos paraísos, e cabe a nós decidir se esse caminho vai ser levado com a dor e o peso do mundo ou com as gargalhadas dos moribundos da vida.

Tão perdidos no mundo, tão cômicos em sua certeza de estarem encontrados dentro deles mesmos.

Só podemos rir, e seguir em frente, pois quem sabe a porta do paraíso está ali, só esperando para ser aberta.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Eu escreveria


Um dia em que eu escreveria aquilo que está além de minhas palavras.

Escreveria sentimentos, escreveria a respiração sem compasso, escreveria o que a íris reflete.

Escreveria o que aquela música faz em mim, o que aquele filme me abala.

Escreveria tudo que eu já nem sei mais se a coragem me permite escrever.

Escreveria minha história... Como ela tem que ser.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Deixa a vida trazer, levar, seguir e voltar


Deixa a vida acontecer.

Deixa as coisas fluirem.

Deixa o que é pra se tornar reencontro, assim tornar-se. Deixa o que é pra ser eterno carinho e amor, assim ser.

Deixa as esquinas se encontrarem por acaso, deixa os abraços não serem premeditados.

Deixa o sol nascer e se pôr. Deixa a lua brilhar e dar a certeza que sempre existe um amanhã.

Deixa isso tudo ser incerto e bonito, e mais que isso, deixa o coração sempre pronto para o novo dia,

velhas histórias,

e canções novas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Bagagem em mãos


Sem tempo para lamentar coisas que passaram, pessoas que se foram, presentes que se perderam, sempre faço força para guardar só aquilo de bom das memórias.

Guardo-as na minha mala, bagagem de vida recheada das mais diversas e belas emoções, lágrimas puras de amor, sorrisos de fraternidade, lutas pelo direito de ser e estar e grandes experiências inesquecíveis.

Essas memórias, que lapidadas só se tornam carinho, estarão sempre ao meu lado, sustentando os pilares que me erguem sempre para o além das minhas próprias possibilidades, que me impulsionam para o futuro, e me dão as forças retiradas do passado.

Abraço tudo isso que vivi com cuidado. E com bagagem em mãos sigo em frente, sem pensar muito no que não foi, apenas no que está para ser.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Uma voz


Eu ouço no vento uma voz distante.

Ela me diz que tudo vai ficar bem.

Sussurrando no alto dos prédios, nas ruas vazias, me dá a certeza de que a vida me fará ir para onde for o meu destino.

Ouço no vento uma voz distante,

E ela me diz que está tudo bem, e que estão soprando ao meu favor.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

À espera dos reencontros


Talvez não tão cedo existirá o "bem vindo de volta" com o qual eu estava acostumado e sempre ansiava.

Talvez não tão cedo eu vá dar meus abraços que matam a saudade, os sorrisos que trazem na lembrança a felicidade de inúmeras despedidas e reencontros.

Talvez, dessa vez a espera seja maior, mais longa... Mas espera nenhuma é maior que a felicidade de estar novamente vivendo aquilo que passa tantas vezes pelos sonhos, pelos pensamentos antes de dormir e nas boas lembranças guardadas no peito.

Talvez, só talvez, tudo sempre valha a pena.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Tanto em mim


Eu tenho tanto.

Tanto dentro do peito, que acho que ele explode como balão se espetado com a agulha.

Eu tenho tanta cor, energia, tanto carinho e amor. Tantas histórias e aventuras, inimagináveis e improváveis.

Eu tenho tanto a dar, tanto a oferecer, tanto pelo que batalhar, e tanto a orgulhar.

Tenho tanto do mundo dentro do peito,

Eu tenho tanto de mim em mim, que ainda nem conheci.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

As portas que já não consigo mais abrir


Tem portas que não consigo mais abrir.

Tem palavras que morrem na garganta.

Angústias que explodem no peito, e que ficam proibidas de sair dali.

O que já me fez bem, vira corrente. O que já me fez mal, vira grade.

No fim, o que era bom, o que era ruim, o que fica perto do peito ou longe só ajudam a fazer de mim mesmo uma jaula, com barras e portas.

Portas que não consigo mais abrir.

sábado, 16 de novembro de 2013

No fundo de mim mesmo.


Sei que um dia não estarei dividido, não estarei preocupado em não sentir a plenitude de estar completo, por inteiro, em meu lugar no mundo.

Sei que um dia não vou querer mais correr, agarrar o desconhecido. Apenas estar satisfeito, estar... Pleno.

Sei que um dia eu vou entender o que acontece, o que explode dentro do peito, e que um dia as cores estarão claras e menos misturadas, com menos medo, menos pé fincado no chão procurando forças que nem sempre tenho, ou convicções que são mais para o mundo do que para aquilo que sinto.

Enquanto isso, aceito a mistura de vibrações, pulsações, medos e sensações... Ou tento. Aceitar.

Acho que esse mistério é o que move meus pés, essa angustia de querer chegar ao meu lugar, mesmo sem saber o que fazer para chegar lá... Onde chegar. Talvez os motivos que me movem, de fato, não sejam os mais sãos, mas tenho aprendido que o importante é acreditar que nossos pés estão nos levando a qualquer caminho, a qualquer história, a liberdade que o peito tende a desejar.

Liberdade de me prender onde eu quiser.

Que um dia, saberei que minha história sempre foi minha, e que no fundo de mim mesmo, nunca tive o que temer.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Diário de bordo de uma madrugada itinerante


Eu não faço ideia para onde a vida pretende me levar, mas tenho certeza, toda a vez que estou sentado esperando o próximo ônibus em uma rodoviária qualquer ou o embarque para o avião em um desses tantos aeroportos, que no meu caminho ainda tenho muito a descobrir, muito a conhecer, muito a enfrentar, a amar, a me decepcionar, a me redescobrir e a seguir deixando que os ventos, chuvas e trajetos me levem cada vez mais alto enquanto busco o que eu certamente ainda não encontrei. Enquanto isso acontece, respiro fundo o cheiro das gotas de chuva que caem nas velhas paradas, nos bancos gastos desse caminho qualquer, de madrugadas de sono e inspirações profundas da vida de estrada que sempre escolhi e que me faz sorrir. Hoje, mais um ônibus, mais uma viagem, mais um inspirar e expirar de coisas novas e do mistério incrível que guarda meu futuro. No fim, sempre fico feliz por estar no meu lugar e saber que, na minha vida, sou o protagonista de grandes e belas histórias.

Na minha vida de artista


Que o sucesso venha doce, que a arte venha plena. Que a arte de fazer arte venha plena!

Felicidade é saber que nossos talentos transformam o mundo, e que o mundo transforma a gente.

Não somos perfeitos, temos nossas dúvidas, nossas inseguranças, nossas histórias de amor e medo mal resolvidas, mas ainda assim, fazemos o sorriso, transformamos a tristeza em aplausos, e a dor em doces alegrias!

A vida de artista tem seu toque peculiar, tem seu toque especial que poucas vivências tem a oportunidade de proporcionar. Para o artista, para seu público, e para todos os sentimentos que envolvem a estranha magia do palco.

Que viva, que vivo, enquanto palco, enquanto artista, enquanto gente.

sábado, 9 de novembro de 2013

Não


Um não que mudou o mundo. Meu mundo.

Que sejamos em nós


Que o coração não pare de sonhar, não pare de sentir a energia que precisa para ser vivo. Que a alma possa voar sempre para onde entender, mas que não deixe vazio o lugar onde deveria estar.

Que as histórias sejam todas bonitas, com fim ou não, e aquelas que não, que tenham o melhor dos fins, quando possível. Que nos livros, estejam as lágrimas de alegria e coragem, e nunca da solidão e da dor... E se dor, que seja a dor que nos fortalece a cada dia.

Que os laços se apertem, que os nós se desfaçam, mas que nunca deixe de existir a beleza nos encontros e desencontros.

Que os desafios venham, e com choro ou sem, que sejam vencidos, superados e guardados como sabedoria pela mente.

Que o coração encontre a paz, onde for, perto de quem for, e que o sorriso seja sempre constante, na maior de suas verdades.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Mais longe que a mente


Tenho que admitir que a mente tem sim um limite para aguentar e armazenar o que acontece em nossos dias. Como aquele eterno andarilho que viajava buscando um sentido para as coisas que um dia fui, tenho sentido falta de parar, sentar, e pensar nessas razões que eu buscava, e que raramente chegava a resposta alguma. Nunca imaginei que o fato de não ter tempo para sentir a falta de alguma coisa, mesmo que eu nunca soubesse o que era, fosse me fazer falta. Não a coisa, o tempo... Tenho falta de ter tempo para buscar algo, de imaginar tantos futuros, e nenhum. Tenho falta de não saber quem vou conhecer ali na outra esquina, e falta do nó no estômago de quando chegava a um novo capítulo, uma nova história.

Nunca imaginei que virar gente grande significaria abrir mão da inconstância que sempre gostei de ter como marca forte da personalidade que me fez sempre encarar tanta coisa de frente. Nunca imaginei que virar gente grande fosse não ter mais o tempo que me era permitido para escrever, para sonhar, ou até mesmo para me reinventar naquilo que tenho vontade. O que aconteceu com as histórias que eu escrevia, com as danças que fazia, com o tempo que me concedia frutos na mente para aguar e cuidar? Corro tão rápido que tudo que lembro cabe nos bolsos da minha mochila e nas linhas da minha agenda. Hoje, amanhã, mês que vem, e mais. Só o que guarda a mente dessa pessoa da qual me orgulho, mas tenho medo, é o próximo compromisso do dia.

Falta do meu coração que sempre conseguia ir mais longe do que a mente era capaz de alcançar.

Oportunidade de fazer o bem


Acho que no fim do dia, o que importa é que aquele que tem o coração puro sempre estará perto de pessoas que sabem amar, e que são humanas o suficiente para lembrar que nesse mundo, gente é gente, e que o mais importante é, no fim das contas, não ser alguém recheado de coisas vazias, mundanas, ou mesmo, recheado de trevas e mesquinharias de quem precisa esquecer que é gente pra ser feliz. Pena desses desafortunados, que vagam pela vida gritando para serem ouvidos, pois ainda não sabem que a verdadeira palavra não precisa ser bradada em fúria para ser compreendida. Para nós, que ainda usamos o que veio dentro do peito, basta continuar a distribuir o amor que, felizmente, nos foi ensinado, para ser passado adiante. Dar a oportunidade para quem precisa, ser generoso só por ser, e ter a ciência de que a maior parte do mundo já não entende o que é isso, e que as palavras bonitas costumam ser da boca para fora, para enfeitar o que falta no peito.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Minhas asas


Sem perceber, fui criando as asas que tanto queria para voar.

E a sabedoria para saber quando usa-las, e quando alçar estes voos.

Livre não é aquele que voa sem rumo, direção e destino. Livre é aquele sábio o suficiente para saber quando a hora é de viver o hoje, e aproveitar o que pode daquilo que encontra em seu caminho.

Um dia quem sabe, essas asas que hoje crescem em minhas costas serão usadas, 

mas por hoje,

basta sentir os pés firmes no chão frutífero do agora.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Para o inferno


Para o inferno o homem que acredita piamente que fazer um bom trabalho é torturar e massacrar aqueles que o rodeiam. Para o inferno o homem que vê em seu trabalho glorificação e status, mal percebendo que, como qualquer outro, é gente.

O que é uma pessoa não espiritualizada, sem o bem em seu coração, se não apenas um saco amontoado de pele, sangue e dejetos?

A gente apodrece partindo de dentro do peito, e desse cheiro pútrido, o mundo já está cheio.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O novo, velho


Quem tem a alma jovem o suficiente para querer sempre desbravar seus próprios horizontes, pular no desconhecido e ousar mais que a si mesmo, mas também a tem vivida o suficiente para saber que na vida
o necessário é o foco, é a força de quem vai se engajar e receber os trancos duros da vida sem balançar.

Alma jovem, tão velha, tão sábia, e tão inexperiente.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Na próxima esquina


Nas fotos gastas pelas lágrimas, ainda existem os sorrisos do momento, que hoje voltaram a face, por outros motivos, outros encontros, outros diversos "tantos" que pareceram sumir quando os pés perderam o chão.

Nas relíquias da memória, ainda existem as lembranças aflitas, hoje tão pequenas diante da coragem que pulsa nas veias, fazendo aquele sorriso que volta, radiante e confiante de que o futuro é certo.

No fundo do peito, o viver hoje que por um tempo parecia impossível.

Dentro da alma, a calma de deixar acontecer, e o tom divertido de quem está esperando para ver o que lhe aguarda na próxima esquina.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Superfície


Não passe sua vida inteira tocando a superfície, sem nunca mergulhar nas águas profundas do desconhecido.

Não passe sua vida inteira beirando o abismo, sem nunca abrir os braços e sentir a verdadeira sensação de voar.

O verdadeiro crime está em viver, e no fim, nunca ter vivido.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Amenos intensos


Coração que bate por muito não bate por pouco. Pés que foram feitos para correr não conseguem vagar perdidos, e os feitos para dançar, manter um ritmo controlado.

Tem alma que foi feita para existir, e alma que foi feita para viver, no sentido pleno da palavra.

Será a felicidade doce suficiente para aqueles que desejam apenas sorrir, e cabe a felicidade ardente para aqueles que querem transbordar sua vivacidade?

Talvez seja assim mesmo. Pessoas amenas e pessoas intensas, todas jogadas no mesmo mundo, buscando seus próprios ritmos, e as batidas que casem com as suas.

Será?


Será que a gente realmente sabe quando encontra o que procura?

Será que realmente não restam mais dúvidas, que os questionamentos vão embora?

Será que a gente sabe quando o coração acalma, quando o momento é aquele, quando o destino faz o seu traçado, e o que era pra ser certo, certo o é?

Será que só assim, o coração para com seus anseios?

Será? Será que não?

Sei lá.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O peso de nossos baús


Engraçado quanta coisa fica não dita na vida.

Quanta coisa precisava ser proferida ao menos uma outra última vez, e quanta coisa deixamos passar sem dar a nossa voz.

Quantos trens perdemos na viagem da vida, quantos engasgos pela palavra não dita.

Palavras não jogadas ao vento,
Guardadas e trancadas em nossos baús sem chave,
dois quais só nós sabemos o tamanho do peso.

sábado, 21 de setembro de 2013

Diga que me perdi


Se perguntarem por aí, diga que me perdi.

Diga que me perdi lutando e caminhando para tornar meus sonhos realidade.

Diga que, como fera, estou com garras e dentes para fora, agarrando meus objetivos e oportunidades.

Diga que meu coração é mais forte ainda, e ainda assim, o mesmo coração que abraça todos os sentimentos que a vida centelha, que a vida transborda e deixa beber.

Diga que me perdi, para me encontrar.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Fios do destino

Engraçado seria se os fios do destino nos levassem a um só lugar,
um só momento,
uma só pessoa.

Engraçado seria se eles não tornassem a dar voltas nas mesmas histórias de vez em quando. Trazendo aquilo que já se foi, deixando aquilo que chegou.

Engraçados os fios do destino, esses, tão entrelaçados, tão soltos... Tão curtos, tão longos.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Arte em jaula


Em um mundo onde o trabalho vira jaula e a hierarquia motivos de chicote, loucos aqueles que acreditam que o verdadeiro artista responderá a força ferrenha do rugido alto de gatinhos no poder, e coitado daquele que acredita que a arte é vitrine, que a arte é só e tão somente algo comerciável e descartável, que serve como a competição e demonstração de exuberâncias entre os homens. Por fim, pena daquele que hoje é artista, e que, nesse mundo de gritos e castrações, ainda tenta a sua arte

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Por um triz


Sou uma pessoa por um triz.

Ser por um triz, é sempre estar pronto para passar para o outro lado, passar para onde o risco é enorme, onde a vida tem cor e os sonhos cheiro.

Por um triz de me jogar, de gritar, de simplesmente deixar o vento levar. Uma pessoa por um triz de viver o intenso, de abrir mão do essencial e do que nem é tão essencial assim. Essas coisas que criamos a nossa volta para fielmente acreditar que nossa vida é tudo que a gente quer que seja.

Talvez ela seja, mas se não for por um triz, ainda não cheguei lá. Um triz de ser cara de pau, um triz de machucar os joelhos na tentativa de fazer dar certo. Talvez até mesmo, grande parte das vezes, não seja um triz, mas sim um ali mesmo. Ali mesmo, me jogando, me arriscando, abrindo as mãos e sendo feliz.

É, grande parte das vezes, estou ali mesmo. Mas ainda assim, uma pessoa por um triz, e se não for assim, se for sempre seguro e tranquilo, não precisa ser.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A vida dá um jeito


Eu vou aprendendo com o tempo que não vale a pena sentir dor. Sentir dor de amor, dor da expectativa, dores de frustração. Não que não devemos amar, criar as expectativas e tentar mesmo que dê errado. Longe disso. Mas precisamos aceitar que nem todos os amores durarão para sempre, que as expectativas, se não forem transformadas em planos, acabam em nada e que nem sempre os planos se concretizam. Precisamos aceitar o ritmo da vida, que pessoas vem, que pessoas vão, e que todo o momento é passageiro. Precisamos aceitar que dores são inevitáveis, mas supera-las também, e que sempre existe um amanhã para cicatrizar as feridas, mesmo que essas venham a ser abertas mais tarde. As coisas acontecem, e tudo que podemos fazer é tentar encaminhar tudo da melhor forma possível, tendo uma idéia do que queremos para o futuro e torcendo para que nossas metas nos levem a felicidade. Vitórias e derrotas, ambas abraçadas com a mesma intensidade com que devemos nos abraçar a vida e todas as experiências que essa tem a nos oferecer, em seus caminhos incertos e nas surpresas a cada novo desafio, nova pessoa, e novo sentimento deixado na estrada. Guardar com carinho o que se passou, dar a mão para o presente e abrir os braços para o futuro. O resto, deixe para a vida dar um jeito, e pode ter a certeza que ela o fará.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

3 esperas


Não espere o que não vem,

não fuja do que chegou,

não corra para o que se foi.

Se antes, hoje.



Se antes palavras povoassem meus sonhos, e fizessem deles doces certezas.

Se hoje certezas, feitas das atitudes e poucas palavras.

Dos sonhos, suspiro. Da atitude, mudança.

Antes mudando, do que só.


domingo, 21 de julho de 2013

Aceitar



Chega um momento na vida que a palavra certa para livrar a nós mesmos da culpa é "aceitar". Nos deparamos com a realidade simples e desembaraçada de que devemos aprender a aceitação. Não falo do "aceitar as coisas como elas são", não da maneira pesada com que essas palavras caem em nossa mente.

O Aceitar é essencial, a todo o tempo, em qualquer lugar, sobre o que for.

Devemos aceitar nossas escolhas, independente de como seriam as outras alternativas, precisamos abraçar nossas decisões, mesmo que possam ou não ter sido as mais corretas, afinal, não há juiz mais rigoroso em nossas vidas do que nós mesmos. Não existe nada pior do que se apegar a culpa de suas escolhas. Também devemos aprender a aceitar as escolhas dos outros, já que chegará o momento onde eles farão isso por nós. Devemos aceitar que o coração é livre para sentir como bem quiser, e que não importa o quanto nosso cérebro grite, o peito ainda vai seguir suas próprias vontades, que nem sempre serão as mesmas da razão. Devemos aceitar que somos imperfeitos, e agarrar com força a realidade de que podemos sim errar, tropeçar, e cometer nossas gafes. Não há pior erro do que o de não aceitar que podemos ser imperfeitos e que nem sempre nossas atitudes vão ser dignas de aplausos. Pensando assim, também devemos aceitar que devemos rir desses mesmos erros, do coração e das escolhas, independente de seus resultados. A vida por sí só nos lembra de seu peso, e não precisamos de carga extra criada por nossos próprios sentimentos.

Por fim, devemos aceitar que tudo muda o tempo todo, e que as coisas sempre irão se encaixar, agora ou depois. Enquanto isso, devemos aceitar que é permitido aproveitar o que temos em nossas mãos, sem achar melhor ou pior do que aquilo que passou e do que está por vir. Apenas (e por incrível que pareça, é simples!) aceitar que não podemos passar pela vida sem abraçar tudo aquilo que o universo nos manda, a hora que mandar.

O importante não é que as coisas venham e aconteçam, e sim, que tudo aquilo que vier e acontecer, seja recebido de braços e coração abertos.

sábado, 13 de julho de 2013

Em um mundo utópico


Que bom seria poder aliviar com nosso toque os problemas de quem queremos bem. Que bom seria poder repousar aos outros em nosso colo, e fazer com que as coisas ruins se afastem, com que a solidão se desfaça, com que os anseios se dissolvam no ar.

Que bom seria dizer que tudo vai ficar bem, que as nuvens negras passam, e que poderemos fazer promessas com a certeza de que se cumpram. Que bom não decepcionar, nem deixar que aos outros decepcionem. É... Seria incrível um mundo onde nossos queridos não sofressem, um mundo onde os pais seriam sempre impenetráveis barreiras de maturidade, os filhos não deixassem que os acasos da vida tirassem de seus olhos o brilho da juventude e das descobertas, e os amantes fossem eternos apaixonados mesmo diante das inúmeras adversidades.

Um mundo utópico onde não teríamos nossos problemas, nossos anseios, medos e dúvidas. Um mundo de certezas e das mãos estendidas para resolver a dor do próximo.

E mesmo assim, acima de tudo, ainda temos as nossas boas intenções, e o desejo de ajudar, mesmo que lá no fundo também estejamos a espera de socorro.

sábado, 6 de julho de 2013

Árvores


E vão se acomodando, cada qual em seu canto. Constroem-se em torno de suas pastagens distantes. As raízes, aprofundando no solo fértil. O tempo passa, e o que antes era levado pelo vento, mudando de direção conforme sua boa vontade, hoje torna-se árvore, ostentando todo o poder de estar e permanecer.

Antes tão perto, cada vez mais distante.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Escrita aberta


E se por algum momento eu deixo de escrever, é por esta ser a hora onde preciso deixar os sentimentos fortes apagarem sua chama. Escrever me faz lembrar, me faz trazer de volta o ar para os pulmões das emoções encobertas mas intensas, dos doloridos sentimentos e vontades proibidas, impossíveis. Deixar de escrever é tornar-se menos vivo, e também, deixar as feridas cicatrizarem. Chega uma hora que escrever dói, e é nela que eu me recolho ao cinza de uma mente que não tem mais forças para alçar voo. Deixar de escrever é dar um tempo para o coração, sentir o ameno, apagar o intenso, e estampar o velho sorriso no rosto de quem tem o controle de seus passos.

domingo, 16 de junho de 2013

Espiritualmente falando

Todo mundo tem seus problemas, todo mundo tem mais o que fazer. E quando a gente se cansa espiritualmente, e só o que quer fazer é "fechar-se" para o mundo, percebemos que nem ele nos dá uma folga. As coisas estão tão corridas que nem temos mais o direito de dizer não, de dizer um fica para a próxima, de dizer que hoje, queremos só a nossa companhia, e só. No fim, não temos a permissão de vivermos para aquilo que queremos viver.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Pedido clichê, pedido sincero


A noite chega, os sons lá fora são apenas do vento, e aqui dentro, dos pensamentos.

Admiro o que passou, admiro quem passou. Admiro o que chegou e o que está para chegar. Mas mais que isso, a hora e o momento são de admirar o que há em mim mesmo, quem há em mim mesmo, do jeito que se é, do jeito que se faz ser.

No fim, pode parecer clichê dizer, mas nunca foi tão sincero meu pedido e meu desejo, de deixar ficar em mim só aquilo que é essencial. O que for para se esquecer, que se esqueça, e se não for, que se guarde como o tesouro que é.

O resto, o vento lá fora leva, e os pensamentos aqui dentro esquecem.

domingo, 2 de junho de 2013

As taças de vinho no fim do dia


Para vocês que passaram, que fizeram parte e se foram, eu tenho tanto a dizer. Tenho tanto a mostrar.

Olha o quanto eu cresci, olha o quanto eu amadureci (e rejuvenesci) perante toda a dor, toda e qualquer passagem da vida. Quero que percebam que eu ainda me sinto um furacão, uma tormenta confusa que causa um pouco de destruição onde vai, onde se agarra tentando buscar seus sentidos. Mas agora, sou uma tormenta que sabe enfeitar minhas feições, sorrir quando é pra chorar, calar quando é para gritar...

Os corações daqueles solitários em quartos de hotéis nas vésperas do ano novo, os corações doloridos daqueles que no fim do dia sentam sozinhos em suas poltronas com a taça de vinho e suas músicas preferidas sobre emoções partidas e grandes amores... Esses corações, nossos corações, são o que levam do mundo a dor, e a sabedoria do crescimento e da beleza de um dia após o outro.

Não precisamos dos filmes, não precisamos das novelas. Se um dia as câmeras se voltassem para quem as conduz, perceberiamos que em cada um de nós existe uma história. De amor, de amadurecimento, perdas e ganhos, uma história tão bonita que faria os melhores filmes e as melhores histórias de faz-de-conta nada, se comparadas ao que acontece, ao que é real e pulsa. Dentro de cada um de nós, existe um mundo
de sorrisos e lágrimas... No fim, todos temos uma história para contar.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Nossas experiências pessoais, e a opinião alheia


Você só consegue entender com plenitude aquelas coisas que você sente e vive no momento em que você desliga as opiniões do mundo e passa a ver sua vida com seus próprios olhos. O que os outros tem a dizer, por melhor (ou não) que sejam as intenções, nem sempre é tão eficaz quanto suas próprias crenças, e seu sentido à aquilo pelo que se passa. O mundo é recheado de boas intenções e bons conselhos, mas não são eles, e sim você (e só você) que vai trilhar seu caminho, e ter as suas experiências de vida. Portanto, um viva para as experiências pessoais, e atenção de menos aos conselhos de amigo, pois quem sabe assim, teremos mais erros e acertos para rechear e evoluir nossa experiência humana.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Carta do seguir em frente


Só pra dizer que tá tudo tranquilo. Que o final não dói tanto assim, é só um lembrete de que a vida é maravilhosa, e que até mesmo depois de acabar existe um seguir em frente. Eu tô bem. Aquele bem de verdade, que a gente não fala da boca pra fora tentando provar aos outros que as coisas estão funcionando. Elas estão, dentro das realidades possíveis. Nem tudo é como eu queria que fosse, mas tudo que pode ser, está se tornando.

Eu tô seguro. No Adeus, me refiz, me construi de novo, e na calma da brisa do "recomeçar a mim mesmo", vou aprendendo a encontrar - e agarrar - as oportunidades. Os caminhos que escolhemos exigem coisas deixadas para trás, mas também são generosos por nos trazer novidades, não mais ou menos interessantes, mas o suficiente para nos fazer sentir a vida correndo por nossas veias e nossa alma.

Eu tô bem, e todos ficaremos também.

Então, Até um dia! Nessas esquinas da vida, onde seremos outras pessoas, e aquelas que hoje deixamos, só memórias e doces lembranças.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Pro mundo


"Que lembrem do melhor de mim, por ser aquilo que dei ao mundo."

sábado, 4 de maio de 2013

Minha coleção de grandes histórias

Na minha vida, posso dizer que faço coleção de grandes histórias.

Em minha coleção, tenho uma história de amor. Um romance de dois, de três, com todas as reviravoltas e palavras bonitas e doces. História de coração batendo forte, quebrando, e se costurando.

Tenho uma história de artista, com as infindáveis conquistas no palco, as luzes, os aplausos, e toda a poesia envolta na arte arcaica do corpo, da fala, do olhar. História de quem respirou a si mesmo.

Tenho história de mochileiro, daquelas cheias de pessoas no caminho, de diferentes culturas, de ensinamentos pelos cantos. Aquelas histórias que o coração se divide em mil pedaços, e torna-se completo.

Tenho história para mais de um livro, história de vida, histórias que desdobram em outras, tornando ainda mais histórica a trajetória que me leva adiante.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Alma vivida

Minha alma é velha, minha estrada, longa... Viver muito, em pouco tempo. Vantagens das experiências incríveis que poucos tem a oportunidade de ter.

domingo, 24 de março de 2013

Acredito



Quero acreditar nas oportunidades de hoje, na mão que nos leva adiante, e nas portas que fecham e abrem a cada instante. Quero acreditar no todo poderoso tempo, que sentimentos sinceros sempre serão o que são, e que viver dia após dia é um dom a ser aprendido. Quero acreditar em menos culpa, em mais alma naquilo à que nos submetemos. Quero acreditar que somos humanos, e mesmo sujeitos ao erro, conseguimos aprender com plenitude que a palavra vida é sinônimo de felicidade, e que, enquanto vivido com amor, não existem sacrifícios, não existem falhas que não sejam perdoadas, nem decepções que não sejam superadas em prol das segundas chances. 

Quero acreditar na felicidade do hoje e do amanhã, e no aprendizado diário que nos torna mais fortes.

Quero acreditar, logo, acredito.

sábado, 9 de março de 2013

Feridas abertas


Tem ferida que a gente prefere deixar aberta.

Quer que ela doa, quer que ela sangre, quer que ela seja sentida.

Pra que, um dia, ela cicatrize do jeito certo,
e se torne uma lembrança de tudo que se passou para chegar até ali.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

A questão.

A questão aqui não é o que se sente ou deixa de sentir. A questão aqui é a intensidade com que se sente A e B. Com que intensidade se sente um lugar, uma pessoa, uma situação. O que nos faz nos sentir mais vivos? Pergunto a mim mesmo se na vida, o que vale é a calma de se estar em uma situação confortável, acomodável, em que nada é como gostaríamos que fosse, mas ao mesmo tempo nada é ruim e nada pode dar errado, ou a sensação de correr o risco de jogar-se naquilo que queremos buscar, e ter ou não a chance de sermos realmente felizes fazendo aquilo que sempre buscamos fazer. A questão aqui não é saber quais pessoas nos tratam melhor, mas sim aquelas a quem queremos dedicar nossa atenção mais próxima.

O problema, além de sentimental, é geográfico. Estar onde se quer estar, ou estar onde se deve estar?  E se nenhuma de nossas opções é ruim, mas dentre elas, uma em especial (aquela mais complicada) é a que mais nos instiga, e também deixa mais a perder? Todos nos consideramos fortes até o momento de uma decisão difícil... Aceitar que na vida temos que nos conformar com o que é bom, ou lutar pelo que é bom e que, por coincidência, é o que queremos?

No fim, a decepção é inevitável. Pode ser nossa, pode ser de um outro alguém... Até onde ter medo, até onde ser inconsequente? Até onde?